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"Complô" gera piada sobre autor
DA REPORTAGEM LOCAL
Colegas na ficção científica, o
polonês Stanislaw Lem e o norte-americano Philip K. Dick protagonizaram uma história das mais
curiosas durante a Guerra Fria.
K. Dick (1928-1982), escritor de
livros que também viraram filmes
("Blade Runner" e "Minority Report"), sofria de esquizofrenia, o
mesmo problema do matemático
John Nash, retratado em "Uma
Mente Brilhante". Sentia-se perseguido, ameaçado e vigiado.
Em 1972, quando os dois eram
membros da sociedade Escritores
de Ficção Científica da América
(SFWA), Lem intermediou a tradução de um livro de K. Dick na
Polônia. O americano não foi pago e entendeu que tudo fazia parte
de um grande complô.
Em 2 de setembro de 1974, K.
Dick escreveu uma carta ao FBI
acusando Lem de chefiar um comando de comunistas na SFWA.
A idéia do grupo seria propagar o
comunismo usando códigos especiais nos textos. "Eu me recusei", escreveu K. Dick.
E continuou o raciocínio: "Lem,
provavelmente, é mais o nome de
um comitê do que de um único
indivíduo, pois ele escreve em estilos variados e às vezes lê línguas
estrangeiras, mas às vezes não".
Do episódio sobrou a piada de
que Lem não existe: quem escreve
seus livros seria um supercomputador russo chamado Lunar Excursion Module (L.E.M.), programado para pintar de vermelho as
cabeças dos leitores.
(IF)
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