São Paulo, quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Crítica

Churrascaria The Prime oferece boas carnes em ambiente mais agradável

JOSIMAR MELO
CRÍTICO DA FOLHA

Churrascaria rodízio sempre me produz algum estresse, dada a desordem a que a degustação é submetida, ao ritmo insistente do serviço, ao estilo de servir (finas lâminas de carne que subutilizam meus caninos) -coisas que já tiveram sua razão de ser, mas hoje nem tanto.
Trata-se de um tipo de restaurante que cativa multidões e que, às vezes, consegue revestir-se de um certo lustro gastronômico. Uma nova casa da cidade, a The Prime, consegue passar uma boa impressão. O ambiente não é tão frenético, há uma música de qualidade tocando mansamente, e o espaço do salão não é opressivo.
Ele pertence a uma sociedade de pai e filho que vem há algum tempo investindo em restaurantes, o economista José Bernardes, 59, e seu filho Sérgio, 30, engenheiro. Desde 1994 estão na área, quando acumularam seus trabalhos com a abertura de uma choperia, depois de uma rotisserie, depois (em 2000) a primeira churrascaria, a Chalé dos Pampas, e, em 2002, mais uma, Fogo dos Pampas -quando então largaram seus demais afazeres e se concentraram nesse. Em 2004, abriram a Pizzaria Calábria e, em julho de 2006, a The Prime.
Nesta, como em outros congêneres, existe a intenção de ampliar o espectro do cardápio para além das carnes. A mesa de saladas tem um bom porte (apesar daqueles tristes sushis desmilinguidos, que deveriam ser destituídos dos rodízios); os pratos quentes, que são motivo de atenção dos proprietários, sofrem as naturais conseqüências do réchaud -especialmente aqueles com frutos do mar que aparecem como estrelas.
É melhor fixar-se mesmo nas carnes. É claro que um bife ancho fica melhor preparado na grelha do que dilacerado pelo espeto, mas ainda assim, mesmo que meio deformado, foi uma boa pedida no The Prime.
Além dos cortes mais comuns nos rodízios -picanha, alcatra, cupim, fraldinha-, há também cortes de cordeiro como a paleta e a costeleta, esta num bom ponto, rosada (ainda que também espetada), bastando que se peça. Das guarnições trazidas à mesa, o arroz-de-carreteiro estava encharcado.
Há alguns vinhos com preços justos, o que contribui para que a refeição possa ser menos traumática do que o habitual, embora o preço assuste.

josimar@basilico.com.br


Texto Anterior: Música: Computador aponta plágio de Joyce Hatto
Próximo Texto: Bom e barato: Bar do Biu serve comida nordestina do sertão
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.