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BREGA
Christina Aguilera diz lutar contra "apartheid musical"
da Reportagem Local
Após alcançar o topo da "Billboard" e ganhar o Grammy -o
Oscar da música- de artista revelação, Christina Aguilera pretende promover o fim de uma espécie de "apartheid musical",
abrindo as portas para artistas como ela (leia-se loirinhas de olhos
claros), que cantam músicas de
influência tipicamente negra
-incluindo aí pitadas de soul,
blues e gospel-, caso do hit
"What a Girl Wants".
Não é pouco para essa cantora
de 19 anos, que aos 12 fazia parte
do elenco do programa "Clube do
Mickey". Na verdade, segundo
ela, a grande responsável por quebrar essas barreiras foi Mariah
Carey, de quem Christina se diz
fã. ""What a Girl Wants" já chegou
a ser tocada em uma rádio soul de
Nova York", conta a cantora.
Quando o assunto é seu próprio
futuro artístico, ela é dona de um
discurso tão sóbrio quanto repetitivo. Christina não cansa de se dizer preocupada em não ser apenas um modismo, e sim protagonista de uma carreira longeva.
"Amo o que faço. Mas preciso
continuar trabalhando duro,
mesmo com toda a pressão, lançando mão de muita criatividade", disse anteontem, em passagem por São Paulo, citando Madonna e Janet Jackson como cantoras que estão sempre se reinventando.
Também não faltam influências
de Madonna no pop dançante
"Genie in a Bottle" e mais gospel
em "I Turn to You". Entre seus
planos, está o de promover um
disco em espanhol já no próximo
mês -não nega aproveitar para
pegar carona na onda latina que
invade, além dos EUA, também a
Europa. Seu sobrenome não esconde a origem -seu pai é equatoriano da capital Quito.
O disco que está sendo lançado
aqui confirma essa intenção
-traz uma versão, "Genio Atrapado", em que é difícil não lembrar peripécias de Gloria Estefan.
A escalada de Christina Aguilera,
iniciada há 11 anos, quando se
apresentava em programas de TV
nos EUA, ganhou impulso definitivo há dois anos, quando foi convidada para gravar "Reflection",
do filme "Mulan", da Disney. Resultado: uma indicação para o
Globo de Ouro.
Agora, para promover seu primeiro álbum, Christina se diz
também um pouco "nômade":
não tem casa -vive de hotel em
hotel-, não anda de carro porque nem sequer teve tempo de tirar habilitação, está em turnê pelo
mundo, ao mesmo tempo em que
trabalha três álbuns, além de examinar roteiros de filmes -"A
Noviça Rebelde" é o que mais tem
prendido sua atenção, embora fazer cinema não esteja em seus planos imediatos.
Mesmo assim, salienta: música
é prioridade. O ídolo teen gosta da
aura "mulher de negócios". Tanto
que, questionada sobre a possibilidade de ser convidada a posar
nua, diz que recusaria por receio
de deixar de ser levada a sério por
sua própria gravadora.
(LUÍS PEREZ)
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