São Paulo, quarta-feira, 22 de março de 2000


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BREGA
Christina Aguilera diz lutar contra "apartheid musical"

da Reportagem Local

Após alcançar o topo da "Billboard" e ganhar o Grammy -o Oscar da música- de artista revelação, Christina Aguilera pretende promover o fim de uma espécie de "apartheid musical", abrindo as portas para artistas como ela (leia-se loirinhas de olhos claros), que cantam músicas de influência tipicamente negra -incluindo aí pitadas de soul, blues e gospel-, caso do hit "What a Girl Wants".
Não é pouco para essa cantora de 19 anos, que aos 12 fazia parte do elenco do programa "Clube do Mickey". Na verdade, segundo ela, a grande responsável por quebrar essas barreiras foi Mariah Carey, de quem Christina se diz fã. ""What a Girl Wants" já chegou a ser tocada em uma rádio soul de Nova York", conta a cantora.
Quando o assunto é seu próprio futuro artístico, ela é dona de um discurso tão sóbrio quanto repetitivo. Christina não cansa de se dizer preocupada em não ser apenas um modismo, e sim protagonista de uma carreira longeva.
"Amo o que faço. Mas preciso continuar trabalhando duro, mesmo com toda a pressão, lançando mão de muita criatividade", disse anteontem, em passagem por São Paulo, citando Madonna e Janet Jackson como cantoras que estão sempre se reinventando.
Também não faltam influências de Madonna no pop dançante "Genie in a Bottle" e mais gospel em "I Turn to You". Entre seus planos, está o de promover um disco em espanhol já no próximo mês -não nega aproveitar para pegar carona na onda latina que invade, além dos EUA, também a Europa. Seu sobrenome não esconde a origem -seu pai é equatoriano da capital Quito.
O disco que está sendo lançado aqui confirma essa intenção -traz uma versão, "Genio Atrapado", em que é difícil não lembrar peripécias de Gloria Estefan. A escalada de Christina Aguilera, iniciada há 11 anos, quando se apresentava em programas de TV nos EUA, ganhou impulso definitivo há dois anos, quando foi convidada para gravar "Reflection", do filme "Mulan", da Disney. Resultado: uma indicação para o Globo de Ouro.
Agora, para promover seu primeiro álbum, Christina se diz também um pouco "nômade": não tem casa -vive de hotel em hotel-, não anda de carro porque nem sequer teve tempo de tirar habilitação, está em turnê pelo mundo, ao mesmo tempo em que trabalha três álbuns, além de examinar roteiros de filmes -"A Noviça Rebelde" é o que mais tem prendido sua atenção, embora fazer cinema não esteja em seus planos imediatos.
Mesmo assim, salienta: música é prioridade. O ídolo teen gosta da aura "mulher de negócios". Tanto que, questionada sobre a possibilidade de ser convidada a posar nua, diz que recusaria por receio de deixar de ser levada a sério por sua própria gravadora.
(LUÍS PEREZ)


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