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RUÍDO
"É o pior momento", diz líder do mercado
PEDRO ALEXANDRE SANCHES
DA REPORTAGEM LOCAL
"A indústria fonográfica, com
todos os acertos e fracassos, passa por seu pior momento em toda a história, e ainda não se sabe
como vamos acabar." As palavras são de José Antonio Eboli,
presidente da Sony Music, gravadora líder no mercado nacional desde que lançou o "Acústico MTV" de Roberto Carlos.
"Enquanto isso, a prudência
recomenda às gravadoras cuidar melhor das contas", completa, remetendo a declaração
recente sua de que não é mais
possível para gravadoras investir em novos artistas a longo
prazo. "Antes podíamos investir
em dois ou três discos até que o
artista estourasse, mas hoje o retorno tem que ser imediato",
diz, descrevendo triste cenário.
Ele admite que a crise empurrou as gravadoras a essa posição
e procura relativizar a dureza da
nova ordem: "Tudo deve ser observado com muito cuidado.
Recentemente, o presidente da
Sony Music da Colômbia foi parabenizado por não haver dispensado Shakira, depois de dois
primeiros CDs fracassados".
"Estamos preparando o primeiro disco de Vanessa da Mata, que nos impressionou muitíssimo com sua voz e qualidade
de composição. É caso típico de
uma cantora que talvez precise
gravar dois ou três discos até
acontecer", amacia. Que os deuses permitam que ele aguarde.
O NÃO-LANÇAMENTO
Famigerado produtor e arranjador que com Lincoln
Olivetti teria pasteurizado a
MPB nos anos 80, Robson
Jorge (1954-93) também
participou do outro lado da
moeda. Ligado a Tim Maia,
ao funk e ao soul, foi um dos
artífices da ventania black
que soprou saúde no pop
nacional nos 70. Este "Robson Jorge", de 77, foi sua tentativa de se lançar artista solo; não funcionou comercialmente, mas expôs princípios para lá da diluição. A
Sony (0/xx/21/2559-5200, 0/
xx/11/5507-2101) parece
nem saber que ele existiu.
SEM HARMONIA
Foi adiado o show que o
Harmonia do Samba faria
domingo no Credicard Hall,
segundo a casa porque o
vocalista Xanddy estaria com
gripe. A Abril, gravadora do
grupo, corrobora, explicando
apenas que ele está "doente".
Nada disso. Foi falta de
público mesmo -e indício de
que a crise já bate na porta da
geração mais nova e menos
pasteurizada do axé.
EM FAMÍLIA
O decano Jair Rodrigues
grava novo disco produzido
pelo filho, Jairzinho, e
embalado por ventos mais
jovens do pop brasileiro. O
rapper Rappin" Hood compôs
um rap para a faixa "Zig Zag",
de Edson Menezes e Alberto
Paes (os mesmos autores do
avô do rap "Deixa Isso pra
Lá"). Lobão também foi
convidado a participar; e, na
velha-guarda, Jair dividirá "A
Banca do Distinto" (de Billy
Blanco) com o Jongo Trio, que
o acompanhou nos 60, no
programa "O Fino da Bossa".
MAIS ARQUIVOS
Já começa a circular nova
fase dos "Arquivos Warner",
agora relançando com
capricho títulos originais da
antiga gravadora Continental.
Entre os contemplados, estão
trabalhos hoje raros de Jards
Macalé, Luiz Melodia,
Ednardo & O Pessoal do
Ceará, Fagner, Novos Baianos,
Quinteto Violado, Noite
Ilustrada e outros.
ANOS 80 & 70 FOREVER
Depois de Ira!, Ultraje a
Rigor, Capital Inicial e Kiko
Zambianchi, agora é a vez de
Léo Jaime. Também foi
contratado pela Abril Music,
que espana também a poeira
da discothèque e lança, em
abril, o retorno de Lady Zu,
com o DJ Felipe Venâncio,
releituras e uma composição
de Zambianchi (hein?!).
psanches@folhasp.com.br
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