São Paulo, quinta-feira, 22 de abril de 2004

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Diretor compete "sem expectativa"

DA REPORTAGEM LOCAL

De Nova York, onde filma a produção internacional "The Dark Water", o cineasta brasileiro Walter Salles falou à Folha sobre a presença de "Diários de Motocicleta" -seu filme baseado nos relatos de viagem de Ernesto Che Guevara (1928-67)- em Cannes. (SILVANA ARANTES)

Folha - O diretor do Festival de Cannes, Thierry Frémaux, disse que "Diários..." é "cinema de autor para o grande público". Concorda?
Walter Salles -
Teria sido fácil fazer um filme para poucos sobre essa viagem. Mas teria sido ir na direção oposta a que Guevara nos oferece no livro. O livro aposta na possibilidade do descobrimento do outro. "Diários de Motocicleta" foi uma aventura coletiva. É um filme de co-autores. Não quisemos só adaptar o livro, mas viver a viagem iniciática que ele nos propunha. Resulta disso o desejo de compartilhar com os outros o que vivenciamos coletivamente.

Folha - Compartilhar essa experiência competindo em Cannes não é arriscar-se à incompreensão?
Salles -
Isso pode acontecer em qualquer esquina, em cada um dos 70 países em que o filme será lançado. A missão desse filme é dentro da América Latina. A repercussão que ele possa ter além dessa fronteira é menos importante. Vou para Cannes sem nenhuma expectativa, senão a de dividir o filme com o público.


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