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AGENDA DO MILÊNIO
Até quarta, 23 palestrantes participam do evento no Rio promovido pela Unesco e Candido Mendes
Seminário discute limites do imaginário
CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO
Fim de milênio, globalização,
neoliberalismo. Em um mundo
que tende à unificação massificadora das culturas e modos de pensar, ainda resta espaço para o imaginário, para o surgimento de novas identidades e culturas locais?
Essa é a questão central do 6º Seminário Internacional da Agenda
do Milênio, promovido pela Unidade de Análise e Previsão da
Unesco (Organização das Nações
Unidas para a Educação, Ciência
e Cultura) e pela Universidade
Candido Mendes (Rio) a partir de
hoje no Rio.
Até quarta-feira, 23 palestrantes
-historiadores, filósofos, cientistas políticos e sociais e antropólogos- vão discutir a questão do
imaginário coletivo na sociedade
contemporânea sob vários aspectos. O tema do 6º Seminário Internacional da Agenda do Milênio é
"Limites do Imaginário".
Um dos destaques do evento é a
participação de Fredric Jameson,
diretor do Centro de Estudos Críticos da Universidade de Duke
(EUA). Jameson dedica-se a pesquisas sobre a pós-modernidade
como lógica do capitalismo.
Autor de livros sobre o marxismo e sobre a obra do escritor e
dramaturgo Bertold Brecht, o estudioso falará sobre o tema "O
Imaginário da Globalização".
Outro destaque é a filósofa política Susan Buck-Morss, da Universidade de Cornell, especialista
na obra de Walter Benjamin e na
Escola de Frankfurt. Buck-Morss
mostrará sua pesquisa sobre a crise do imaginário utópico no fim
de século. A pesquisa foi feita na
Rússia, onde a filósofa entrevistou
vários intelectuais sobre o tema.
Walter Mignolo, antropólogo e
crítico cultural argentino, professor da Universidade de Duke, falará sobre a revolta zapatista mexicana e suas consequências éticas e epistemológicas.
A discussão será complementada por Enrique Larreta, antropólogo e diretor do Instituto do Pluralismo Cultural da Universidade
Candido Mendes. Larreta falará
sobre a imaginação revolucionária no século 20 e sua conexão
com os Estados nacionais.
Mudanças globais
A questão das identidades nacionais a partir da perspectiva da
música é o tema que será apresentado pelo cientista político e especialista em relações internacionais
Michael Shapiro, da Universidade
do Havaí. O imaginário nas sociedades tradicionais é o tema do indiano Dilip Loundo, professor da
Universidade de Goa.
Em contraposição, a professora
Maria Isabel Mendes de Almeida,
da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e da Universidade Candido Mendes, apresentará seu trabalho sobre o tema
"Tatuagem e Subjetividade: Reflexões em Torno do Imaginário da
Epiderme".
O seminário será aberto hoje, às
9h, pelo ministro da Cultura,
Francisco Weffort, pelo presidente do Conselho Superior de Ciências Sociais da Unesco, Candido
Mendes de Almeida, pelo presidente da Biblioteca Nacional,
Eduardo Portella, pelo presidente
da ABL (Academia Brasileira de
Letras), Tarcísio Padilha, pelo representante do Ministério da
Educação da França, Claude Mollard, e pelo representante da
Unesco no Brasil, Jorge Mollard.
A Agenda do Milênio foi criada
para analisar problemas ligados
ao programa de estudo "Dimensões Humanas da Mudança Global", da Unesco.
Os cinco primeiros seminários
realizados discutiram os temas
"Pluralismo Cultural, Identidade
e Globalização", "Representação
e Complexidade", "A Ética do Futuro", "Mídia e Percepção Social"
e "A Construção do Tempo e os
Futuros Possíveis".
O seminário será realizado no
Instituto do Pluralismo Cultural
da Universidade Candido Mendes (r. da Assembléia, 10, sala 823,
centro do Rio, tel. 0/xx/21/531-2000, ramal 254. Quanto: R$ 75).
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