São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 2000


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AGENDA DO MILÊNIO
Até quarta, 23 palestrantes participam do evento no Rio promovido pela Unesco e Candido Mendes

Seminário discute limites do imaginário

CRISTINA GRILLO
DA SUCURSAL DO RIO

Fim de milênio, globalização, neoliberalismo. Em um mundo que tende à unificação massificadora das culturas e modos de pensar, ainda resta espaço para o imaginário, para o surgimento de novas identidades e culturas locais?
Essa é a questão central do 6º Seminário Internacional da Agenda do Milênio, promovido pela Unidade de Análise e Previsão da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) e pela Universidade Candido Mendes (Rio) a partir de hoje no Rio.
Até quarta-feira, 23 palestrantes -historiadores, filósofos, cientistas políticos e sociais e antropólogos- vão discutir a questão do imaginário coletivo na sociedade contemporânea sob vários aspectos. O tema do 6º Seminário Internacional da Agenda do Milênio é "Limites do Imaginário".
Um dos destaques do evento é a participação de Fredric Jameson, diretor do Centro de Estudos Críticos da Universidade de Duke (EUA). Jameson dedica-se a pesquisas sobre a pós-modernidade como lógica do capitalismo.
Autor de livros sobre o marxismo e sobre a obra do escritor e dramaturgo Bertold Brecht, o estudioso falará sobre o tema "O Imaginário da Globalização".
Outro destaque é a filósofa política Susan Buck-Morss, da Universidade de Cornell, especialista na obra de Walter Benjamin e na Escola de Frankfurt. Buck-Morss mostrará sua pesquisa sobre a crise do imaginário utópico no fim de século. A pesquisa foi feita na Rússia, onde a filósofa entrevistou vários intelectuais sobre o tema.
Walter Mignolo, antropólogo e crítico cultural argentino, professor da Universidade de Duke, falará sobre a revolta zapatista mexicana e suas consequências éticas e epistemológicas.
A discussão será complementada por Enrique Larreta, antropólogo e diretor do Instituto do Pluralismo Cultural da Universidade Candido Mendes. Larreta falará sobre a imaginação revolucionária no século 20 e sua conexão com os Estados nacionais.

Mudanças globais
A questão das identidades nacionais a partir da perspectiva da música é o tema que será apresentado pelo cientista político e especialista em relações internacionais Michael Shapiro, da Universidade do Havaí. O imaginário nas sociedades tradicionais é o tema do indiano Dilip Loundo, professor da Universidade de Goa.
Em contraposição, a professora Maria Isabel Mendes de Almeida, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e da Universidade Candido Mendes, apresentará seu trabalho sobre o tema "Tatuagem e Subjetividade: Reflexões em Torno do Imaginário da Epiderme".
O seminário será aberto hoje, às 9h, pelo ministro da Cultura, Francisco Weffort, pelo presidente do Conselho Superior de Ciências Sociais da Unesco, Candido Mendes de Almeida, pelo presidente da Biblioteca Nacional, Eduardo Portella, pelo presidente da ABL (Academia Brasileira de Letras), Tarcísio Padilha, pelo representante do Ministério da Educação da França, Claude Mollard, e pelo representante da Unesco no Brasil, Jorge Mollard.
A Agenda do Milênio foi criada para analisar problemas ligados ao programa de estudo "Dimensões Humanas da Mudança Global", da Unesco.
Os cinco primeiros seminários realizados discutiram os temas "Pluralismo Cultural, Identidade e Globalização", "Representação e Complexidade", "A Ética do Futuro", "Mídia e Percepção Social" e "A Construção do Tempo e os Futuros Possíveis".
O seminário será realizado no Instituto do Pluralismo Cultural da Universidade Candido Mendes (r. da Assembléia, 10, sala 823, centro do Rio, tel. 0/xx/21/531-2000, ramal 254. Quanto: R$ 75).


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