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CANNES
Menção especial faz justiça ao filme "Eu Tu Eles"
Divulgação
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Regina Casé e Luiz Carlos Vasconcelos em cena do mais recente filme de Andrucha Waddington |
AMIR LABAKI
ENVIADO ESPECIAL A CANNES
A menção especial na mostra
paralela Um Certo Olhar para "Eu Tu Eles", de Andrucha
Waddington, compensou parcialmente o erro histórico de seleção de Cannes 2000, no que diz
respeito à representação brasileira. A ousada, mas malograda,
adaptação de "Estorvo" por Ruy
Guerra teria tido uma exposição
menos desgastante fora e não
dentro da competição oficial, por
exemplo em Um Certo Olhar ou,
melhor ainda, num ciclo como a
Quinzena dos Realizadores.
Já o segundo filme de Waddington não teria feito feio na disputa
oficial, ainda que não viesse a lutar pelos prêmios principais. "Eu
Tu Eles" é um modesto e eficiente
drama familiar sobre uma nordestina (Regina Casé) que mantém três maridos sob o mesmo teto (Lima Duarte, Stênio Garcia e
Luiz Carlos Vasconcelos).
Parece uma combinação bem-feita de "Vidas Secas" e "Central
do Brasil", com toques de "Dona
Flor e Seus Dois Maridos", antes
no humor do que na sensualidade. Foi calorosamente recebido
pelo público e, quanto à repercussão crítica, os elogios da revista
"Variety" lhe abrem até mais portas do que a menção.
"Eu Tu Eles" tem lançamento
nacional previsto para agosto.
Presidido pela atriz Jane Birkin,
o júri da Foundation Gan pour le
Cinéma -que concede o prêmio
para a mostra paralela, mas oficial, Um Certo Olhar- apostou
saudavelmente na renovação em
seu veredicto. Além da menção ao
filme brasileiro, atribuiu o prêmio
principal a "Things You Can Tell
Just by Looking at Her" (Coisas
que Você Pode Dizer Só de Olhar
para Ela), uma produção norte-americana que marca a estréia de
Rodrigo García, filho de Gabriel
García Márquez.
"Things" embaralha os destinos
de cinco mulheres de Los Angeles.
A promissora carreira de García
já inclui um elogiado roteiro para
a cinebiografia de Frida Kahlo,
que a Miramax produz para Salma Hayek estrelar. O diretor ainda se mantém indefinido, pois
tanto Walter Salles quanto Pedro
Almodóvar não puderam assumir o projeto dentro do breve
prazo previsto para sua produção.
O crítico Amir Labaki esteve em Cannes
a convite da organização do festival
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