DA REPORTAGEM LOCAL

Em quatro horas de reunião com 130 artistas e produtores culturais, em São Paulo, o MinC (Ministério da Cultura) reverteu a seu favor a discussão sobre as mudanças que pretende fazer na Lei Rouanet, de patrocínio cultural.
O MinC busca a aprovação da classe artística, para evitar que oposições ao novo texto dificultem sua aprovação no Congresso.
Em abril, quando divulgou parte das alterações em estudo, o MinC recebeu protestos de profissionais do teatro e do cinema. Os artistas temem crise na produção, caso se implemente tabela que limitará o percentual de patrocínio permitido a projetos de óbvia viabilidade comercial (estrelados por grandes nomes) e de viés elitista (com ingressos caros ou ínfima capacidade de público).
A estratégia do MinC foi ampliar o debate, convidando artistas de outras áreas, como a música e a dança, para a discussão. O expediente já havia sido usado no Rio, no último dia 10. Embora representantes do teatro e do cinema tenham novamente manifestado suas inquietações ontem, o ministro interino, Juca Ferreira, saiu aplaudido da reunião.
"A democracia brasileira tem a obrigação de distribuir renda e de promover a inclusão. O mecanismo [de patrocínio pela lei], hoje, aprofunda a exclusão".
O MinC calcula que, em 2003, foram investidos R$ 403 milhões em patrocínio, pela Lei Rouanet, sendo R$ 310 milhões no Sudeste. A captação para cinema caiu nesse período, segundo a Ancine, que regula o setor. (SILVANA ARANTES)


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