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TV ABERTA
"Quero Ser John..." traduz universo de Kaufman
Robocop 3
Record, 20h30. ![](http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
(RoboCop 3). EUA, 1993, 104 min.
Direção: Fred Dekker. Com Robert Burke,
Nancy Allen, Remy Ryan, Jodi Long,
Mario Machado. Corporação continua
tentando dominar Detroit e adjacências
de forma totalitária. Robocop ressurge
para defender a justiça. O princípio é o
mesmo do filme original (que é forte,
combate as corporações). Mas ficamos
por aí.
Quero Ser John Malkovich
Bandeirantes, 21h30. ![](http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
(Being John Malkovich). EUA, 1999, 112
min. Direção: Spike Jonze. Com John
Cusack, Cameron Diaz, John Malkovich.
Cusack é o homem que descobre uma
passagem que leva as pessoas para
dentro de John Malkovich. O universo do
escritor Charlie Kaufman é traduzido
aqui em imagens vigorosas, ainda que
um tanto barrocas demais, por um Spike
Jonze que faria melhor em "Adaptação".
No mais, o filme arrisca corajosamente
sobre um terreno complexo, o do sonho
e da possessão midiática dos seres.
As Máquinas Quentes
Bandeirantes, 0h30. ![](http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
(Little Fauss and the Big Halsy). EUA,
1970, 97 min. Direção: Sidney J. Furie.
Com Robert Redford, Michael J. Pollard.
Dois motociclistas, o desajeitado Pollard
e o esperto Redford, partem em busca de
carreira e sucesso.
Parceiros do Crime
Globo, 1h20. ![](http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
(Honest). EUA, 2000, 110 min. Direção:
David A. Stewart. Com Peter Facinelli,
Nicole Appleton, Natalie Appleton. Irmãs
operárias (as irmãs atrizes Appleton)
decidem tirar o pé da lama cometendo
uma série de roubos. Tal empreitada
exige que elas se disfarcem de homens.
Até que uma delas é flagrada por um
jornalista. Aqui, a luta operária, pelo
visto, é conto da carochinha. Inédito.
Gatinhas e Gatões
Globo, 3h10. ![](http://www1.folha.uol.com.br/fsp/images/ep.gif)
(Sixteen Candles). EUA, 1984, 93 min.
Direção: John Hughes. Com Molly
Ringwald, Anthony Michael Hall, Michael
Schoeffling. Ao chegar aos 16 anos,
Ringwald sente-se insatisfeita em casa e
rejeitada na escola. Boa comédia, nos
tempos em que a engraçadinha (e
chatinha) Molly Ringwald era a garota da
hora.
(PAULO SANTOS LIMA)
TV PAGA
"Adeus, Lênin" anuncia retorno da velha Alemanha
INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA
Para quem passou um dia
pela antiga Alemanha Oriental, "Adeus, Lênin" (HBO Prime,
20h) tem um encanto perverso.
Vê-se o filme e a primeira reação
diante dele: "Mas é assim mesmo
que as coisas se passavam".
De fato, lá estavam aqueles rostos macerados dos velhos comunistas, aquelas pessoas com uniforme de escoteiro (lá tinha outro
nome, mas o sentido era mais ou
menos o mesmo) tratando de comunicar a boa mensagem aos
mais jovens. Aqueles apartamentos modestos, a paranóia diante
da propaganda estrangeira, as
roupas pobres -como se o pós-guerra ainda estivesse ali. E, no
mais, aquelas construções soturnas, as avenidas enormes e vazias.
"Era assim mesmo" é uma frase
perigosa, porque significa que
aderimos aos objetivos mais perversos do cinema: fazer-se passar
por realidade. No entanto, ele não
é apenas reconstituição de um
real, é também construção.
A vantagem de "Adeus, Lênin"
é que também seu protagonista,
Alex, está empenhado em reconstituir o real de alguns anos atrás,
produzindo uma realidade paralela para que sua mãe, ao voltar a
si, não sofra um choque com as
mudanças ocorridas.
Wolfgang Becker faz aqui uma
comédia de inteligência germânica, justamente na medida em que
consegue jogar o cinema contra o
cinema, a ilusão de verdade contra o ilusionismo. É assim que
chega a alguma verdade.
Ela não é anticomunista nem
rancorosa. Mas, sob a aparência
de comédia, existe ali uma reflexão nada inconseqüente sobre os
destinos da Alemanha desde o
pós-guerra, sobre a divisão do
país em dois, sobre a crença de
que um país se poderia constituir
apenas sobre a ideologia, deixando de lado as marcas da nação. Ou
seja, o que "Adeus, Lênin" parece
anunciar é o retorno da velha e
eterna Alemanha. Em certo sentido, é de arrepiar.
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