São Paulo, domingo, 22 de maio de 2005

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"HELTER SKELTER"

John Gray desmistifica Charles Manson

THIAGO NEY
DA REPORTAGEM LOCAL

No verão de 1969, os EUA assistiram a uma das mais brutais séries de assassinatos de sua história, cometida por um bando de hippies lunáticos comandados por Charles Manson, um maníaco que acreditava ser um novo Jesus. A história é a base de "Helter Skelter" e, se este filme feito para a televisão não traz nenhuma novidade cinematográfica, tem o mérito de desmistificar Manson.
"Helter Skelter" é considerada um embrião do que viria a ser o heavy metal e uma das principais canções do "White Album", disco de 1968 dos Beatles. Aspirante a músico, Manson idolatrava Lennon e McCartney e acreditava que "Helter Skelter" em particular fosse uma canção apocalíptica, que antecipava uma guerra racial entre brancos e negros.
Frustrado pelo fracasso de sua carreira musical, Manson reuniu uma turma de jovens, montou acampamento numa área perto de Los Angeles e passou a praticar pequenos roubos para sobreviver.
Entre montes de LSD, cocaína e sexo grupal, o grupo começou a praticar assassinatos gratuitos, tentando, com mensagens deixadas nos locais dos crimes, incriminar negros. Manson só foi pego (e condenado à prisão perpétua) após uma chacina em que fez cinco vítimas, entre elas a atriz Sharon Tate, que era casada com Roman Polanski e estava grávida.
O filme é baseado em livro de Vincent Bugliosi, um dos promotores do caso. (Outro filme inspirado na obra, dirigido por Tom Gries, chegou às telas em 1976.)
Em suas três horas de duração, o diretor John Gray mostra a falta de razão nos atos de Manson -ele agia de forma alucinada, não era um "excêntrico visionário" como é tido por muitos hoje.


Helter Skelter
   
Direção: John Gray
Distribuidora: Warner; R$ 45, em média



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