|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bom tempo leva milhares aos shows do Centro
Jovens passaram a noite circulando entre a rave da rua 15 de Novembro e as diversas apresentações na praça da Sé
Circuito da Luz também
fez sucesso na Pinacoteca, com 6.245 visitantes, e no novato Museu da Língua, com 3.968 pessoas
DA REPORTAGEM LOCAL
Se na primeira Virada Cultural, em novembro do ano passado, a chuva levou boa parte do
público para eventos em lugares fechados, neste ano, com o
bom tempo, e temperaturas
por volta de 18º C, as pessoas
aproveitaram para circular entre os shows no centro da cidade. À 1h20, no Vale do Anhangabaú, a banda Skowa e a Máfia
tocou para cerca de 700 pessoas, sem medo do PCC. "Passamos uma semana um pouco
tensa; proponho a todos um relaxamento vocal, vamos gritar",
brincou o vocalista da banda.
Na rua 15 de Novembro, o
palco para música eletrônica
atraiu centenas de pessoas.
"Nunca imaginei que estaria a
esta hora dançando aqui. É
muito louco, mas muito legal,
porque o centro tem charme",
disse a vendedora Cíntia Santos, 21, que da rave foi ao show
da banda Tribo de Jah, na Sé.
Na praça Dom José Gaspar,
as apresentações de pianistas
deram ao lugar um clima intimista. Por volta de 2h45, cerca
de cem pessoas assistiam ao
concerto de Michel Friedson.
Ontem à tarde, a praça chegou a
reunir mais de 350 pessoas para o concerto de Nelson Ayres.
"Tem aquela frase que diz
que o artista tem que ir aonde o
povo está. O povo está nas ruas,
nas praças, nos apartamentos
daqui do entorno", disse o
maestro Adilson Godoy, que tocou às 20h do sábado.
Na Liberdade, a feira Bunka
Matsuri começou às 9h da manhã de ontem, já com bom movimento, como boa opção para
reabastecer as energias.
"Vim passear e comer. Estou
desde as 18h na programação.
Já assisti ao show do Cordel (na
Sé), do BiD (no Anhangabaú),
do Trio Mocotó (Anhangabaú)
e do Karnak (Anhangabaú), e
também fui à rave na rua 15 de
novembro. Para fazer tudo isso,
o funcionamento do metrô
quebrou um galhão", disse o
operador de marketing Jorge
André, 27.
O Museu da Língua Portuguesa e a Pinacoteca tiveram
sucesso de público, com respectivamente 3.968 e 6.245 visitantes. No segundo, o sarau
organizado pela Cooperifa ganhou mais atenção do que as
exposições de Fernando Stickel
e Marcos Duprat, abertas naquela noite. Também lá, a performance concebida pela dupla
Müvi (Ricardo Carioba e Fabio
Villas Boas) fez com que pessoas deitassem no chão para
ouvir música eletrônica.
"Criamos relações entre música e espaço trabalhando com
as freqüências: colocando o
grave, o médio e o agudo no lugar certo e, às vezes, no lugar
errado, mexendo com as sensibilidades", explicou Villas Boas.
Do lado de fora do museu,
grupos passeavam com lanternas, visitando esculturas do
Parque da Luz. "Viemos especialmente para isso, achei uma
ação bastante inusitada, meio
emocionante", disse Regina Ribeiro da Silva. O mesmo passeio, porém, foi criticado pelo
grupo de amigos Silvana Cruz,
Sheila Zado, Paulo Ming e Caroline Ming. Os quatro fugiram
da excursão aborrecidos: "O
guia acha que temos cinco anos.
Resolvemos pegar as lanternas
e fazer um passeio alternativo".
Texto Anterior: Guilherme Wisnik: O "eixo dos grandes problemas" Próximo Texto: 19.887 Índice
|