São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 2006

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Bom tempo leva milhares aos shows do Centro

Jovens passaram a noite circulando entre a rave da rua 15 de Novembro e as diversas apresentações na praça da Sé

Circuito da Luz também fez sucesso na Pinacoteca, com 6.245 visitantes, e no novato Museu da Língua, com 3.968 pessoas

DA REPORTAGEM LOCAL

Se na primeira Virada Cultural, em novembro do ano passado, a chuva levou boa parte do público para eventos em lugares fechados, neste ano, com o bom tempo, e temperaturas por volta de 18º C, as pessoas aproveitaram para circular entre os shows no centro da cidade. À 1h20, no Vale do Anhangabaú, a banda Skowa e a Máfia tocou para cerca de 700 pessoas, sem medo do PCC. "Passamos uma semana um pouco tensa; proponho a todos um relaxamento vocal, vamos gritar", brincou o vocalista da banda.
Na rua 15 de Novembro, o palco para música eletrônica atraiu centenas de pessoas. "Nunca imaginei que estaria a esta hora dançando aqui. É muito louco, mas muito legal, porque o centro tem charme", disse a vendedora Cíntia Santos, 21, que da rave foi ao show da banda Tribo de Jah, na Sé.
Na praça Dom José Gaspar, as apresentações de pianistas deram ao lugar um clima intimista. Por volta de 2h45, cerca de cem pessoas assistiam ao concerto de Michel Friedson. Ontem à tarde, a praça chegou a reunir mais de 350 pessoas para o concerto de Nelson Ayres.
"Tem aquela frase que diz que o artista tem que ir aonde o povo está. O povo está nas ruas, nas praças, nos apartamentos daqui do entorno", disse o maestro Adilson Godoy, que tocou às 20h do sábado.
Na Liberdade, a feira Bunka Matsuri começou às 9h da manhã de ontem, já com bom movimento, como boa opção para reabastecer as energias.
"Vim passear e comer. Estou desde as 18h na programação. Já assisti ao show do Cordel (na Sé), do BiD (no Anhangabaú), do Trio Mocotó (Anhangabaú) e do Karnak (Anhangabaú), e também fui à rave na rua 15 de novembro. Para fazer tudo isso, o funcionamento do metrô quebrou um galhão", disse o operador de marketing Jorge André, 27.
O Museu da Língua Portuguesa e a Pinacoteca tiveram sucesso de público, com respectivamente 3.968 e 6.245 visitantes. No segundo, o sarau organizado pela Cooperifa ganhou mais atenção do que as exposições de Fernando Stickel e Marcos Duprat, abertas naquela noite. Também lá, a performance concebida pela dupla Müvi (Ricardo Carioba e Fabio Villas Boas) fez com que pessoas deitassem no chão para ouvir música eletrônica.
"Criamos relações entre música e espaço trabalhando com as freqüências: colocando o grave, o médio e o agudo no lugar certo e, às vezes, no lugar errado, mexendo com as sensibilidades", explicou Villas Boas.
Do lado de fora do museu, grupos passeavam com lanternas, visitando esculturas do Parque da Luz. "Viemos especialmente para isso, achei uma ação bastante inusitada, meio emocionante", disse Regina Ribeiro da Silva. O mesmo passeio, porém, foi criticado pelo grupo de amigos Silvana Cruz, Sheila Zado, Paulo Ming e Caroline Ming. Os quatro fugiram da excursão aborrecidos: "O guia acha que temos cinco anos. Resolvemos pegar as lanternas e fazer um passeio alternativo".


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