ADRIANE GRAU
enviada especial a Los Angeles

É com o feriado do MemorialDay, comemorado na próxima segunda-feira, que os americanos sentem a chegada do verão.
A estação marca a cada ano grandes lucros para os estúdios, que lançam seus filmes de desastre e ação. Este ano, no entanto, "Impacto Profundo" iniciou bastante cedo a temporada de grandes bilheterias e efeitos especiais.
No fim-de-semana de sua estréia, o filme desbancou -com sua mistura de ficção científica e fortes emoções- "City of Angels" do topo da lista dos mais assistidos, recheando o cofre do estúdio Dreamworks com US$ 41,2 milhões.
No fim-de-semana passado lucrou mais US$ 23,3 milhões. O total dos dez primeiros dias chegou a US$ 74 milhões e surpreendeu o mercado.
Por trás de tanto sucesso está o olhar da diretora Mimi Leder. Talento amadurecido na televisão, ela é responsável pela série "Plantão Médico" e estreou no cinema em 97, com "O Pacificador".
Conversando com a reportagem da Folha em Los Angeles, a diretora revela que apenas a duas semanas antes da estréia os efeitos especiais de "Impacto Profundo" ainda não estavam prontos.
Mimi afirma não ter a menor idéia do que faria se o mundo estivesse prestes a ser destruído por um cometa, como acontece em "Impacto Profundo".
"Provavelmente eu iria à praia. Não. Provavelmente estaria correndo para o alto de uma montanha. Não. Eu não sei", diz ela. "Eu estaria correndo e fumando; parei de fumar, mas provavelmente começaria de novo."
Ela diz que não mudou em nada o roteiro de "Impacto Profundo" quando soube que a Universal estava preparando "Armageddon".
O filme, que tem o mesmo tema, trama similar e Bruce Willis no elenco, chega aos cinemas americanos no feriado do 4 de julho.
"Acho natural as pessoas começarem a especular sobre o fim do mundo em época de fim de milênio", afirma a diretora sobre a coincidência.
Filha de um soldado americano e de uma judia belga que foi prisioneira no campo de concentração de Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial, Mimi revela que sua veia dramática se desenvolveu muito cedo, quando ela tomou consciência da história de seus próprios pais.
"Vou filmar a história deles, mesmo que tenha de financiar do próprio bolso", diz ela sobre o roteiro de "Sentimental Journey", que o pai escreveu há 20 anos e que o irmão Reuben finalizou recentemente.
"Vai custar entre US$ 20 e US$ 30 milhões, pois é um filme de época, com muitos carros e figurinos antigos."



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