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Pias Fraus reestréia "Éonoé"
unindo circo, teatro e show
CRISTIANO CIPRIANO POMBO
free-lance para a Folha
Elementos circenses, técnicas de
teatro, dança, música, ousadia e
muita coragem. Tudo isso, associado ao improviso e à criatividade, compõe o ambiente da peça
"Éonoé, uma Cosmogonia", da
companhia Pias Fraus, que estréia
hoje, às 20h, no Sesc Pompéia, em
São Paulo.
Escrita sob encomenda por José
Rubens Siqueira, "Éonoé" foi feita para ser encenada ao ar livre.
Em uma montagem inusitada,
definida como um "evento cênico", a peça parte do princípio da
cosmogonia: a narrativa sobre a
origem e evolução do universo.
Sem uma história linear, com
começo, meio e fim definidos,
"Éonoé" coloca ao público uma
série de questionamentos. No trocadilho com Noé, personagem bíblico e também da montagem, Rubens Siqueira traz a criação do
mundo, o dilúvio e a busca de respostas para perguntas do tipo:
"Como foi criado o mundo? De
onde viemos e para onde vamos?".
Além do texto, a montagem destaca a junção de alegorias, à primeira vista nada comuns. Ao todo
são quatro toneladas de terra,
mais de cem refletores, duas traves
de trapézio de quase seis metros de
altura que se somam a uma trilha
sonora formada por Raul Seixas e
batidas de tecno (Prodigy e Chemical Brothers).
"A peça se assemelha a um
show. É como um circo rápido.
Desperta interesse mesmo naqueles que não gostam de teatro. Há
integração entre os objetos, a narrativa, contemporâneos, e o público. Tudo marcado pelo ambiente
da rua, onde tudo pode acontecer", garante o diretor da peça,
Francisco Medeiros.
Segundo ele, a montagem de
"Éonoé" exigiu superação e coragem ao Pias Fraus (que, em latim, significa "uma mentira contada com boas intenções").
Desta vez, o grupo, criado há 14
anos por Beto Lima, Beto Andretta
e Domingos Montagner, não trabalha com bonecos, consagrados
em montagens anteriores.
Misturando bom humor e poesia, o Pia Fraus ratifica o título de
"físico-cultural" recebido com a
peça "Flor de Obsessão", trazendo ao palco de rua números de trapézio, danças e diferentes expressões corporais.
Evolução
Colocada à prova pela primeira
vez no último Festival de Teatro de
Curitiba, segundo diretor e atores,
no Sesc Pompéia a peça estará fazendo sua verdadeira estréia.
De acordo com o ator Beto Andretta, em Curitiba "Éonoé" passava por um momento de "progressão". "Estávamos muito presos aos objetos e fazíamos uma
movimentação marcada. Agora
será diferente", afirma.
Ainda amanhã, às 16h, no teatro
Arthur de Azevedo, o Pia Fraus
reestréia a peça "Gigantes de
Ar", uma montagem voltada à
crianças, retomando o trabalho de
manipulação de bonecos.
Peça: "Éonoé, uma Cosmogonia"
Direção: Francisco Medeiros
Elenco: Beto Andretta, Domingos
Montagner, Caio Stolai e Sheila Areias
Onde: Sesc Pompéia (r. Clélia, 93,
Pompéia, tel. 3871-7700)
Quando: hoje e amanhã, às 20h; domingo,
às 19h
Quanto: entrada franca
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