São Paulo, sexta, 22 de maio de 1998

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"Velvet Goldmine' rompe com caretice dos 90

AMIR LABAKI
enviado especial a Cannes

Luz, câmera e ação: sexo, drogas e rock'n'roll. As telas de Cannes 98 rompem com a caretice dos anos 90.
O grande símbolo da retomada abre hoje à noite o último fim-de- semana do festival.
É "Velvet Goldmine", do norte-americano Todd Haynes (de "Veneno").
Revisita-se o ocaso da era hippie. Hedonismo é a palavra de ordem: estamos na Londres de 1971. Explode o "glam rock" selvagem e excessivo.
Haynes ficcionaliza a ascensão e queda de um de seus pioneiros, Brain Slade, desaparecido no auge da fama. Jonathan Rhys Meyers, de "Michael Collins", interpreta Slade. Ninguém menos que Ewan McGregor ("Trainspotting") faz seu ídolo americano, Curt Wild.
"Para mim essa época foi a celebração pop da tradição de Oscar Wilde", explica Haynes. "Glam rock' parece um aplicação direta daquilo que Wilde tentou fazer na literatura -chutar os fundilhos da tradição romântica que o precedeu."
Michael Stipe, do REM, assina a produção executiva. A trilha sonora traz novas e velhas versões de standards de Roxy Music (leia-se Brian Eno, Bryan Ferry, Andy McCay), Lou Reed, The Mighty Hannibal e outros.
Pode não ser a Palma, mas parece o cult do ano.



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