|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TELEVISÃO
Cultura exibe talento multiuso de Madureira
DA REPORTAGEM LOCAL
Serrotes, latas d'água e tubos.
Todos eles são, para o pernambucano Antúlio Madureira, instrumentos musicais. É o que mostra
o programa "Ensaio", da Cultura,
que vai ao ar hoje, às 23h30.
Além dos instrumentos por ele
criados, como a cabala e a marimbaça, Antúlio Madureira criou
originais técnicas de execução para instrumentos populares.
Entre eles, a viola nordestina, a
gaita de caboclinho, o garrofone
(instrumento nascido no circo,
criado com garrafas), a rabeca, a
calimba (originária da África), a
ocarina (feita de barro), o pandeiro, o marimbau e o pífano.
Madureira tem formação tão diversificada quanto os muitos instrumentos que domina.
Trabalhou por 20 anos com o
Balé Popular do Recife, criado por
sua família em 1977, como bailarino e diretor musical.
Foi ainda integrante do grupo
Quinteto Armorial, que fundia
música renascentista e gêneros
tradicionais nordestinos, e pertenceu à Orquestra Romançal e ao
Trio Romançal Brasileiro. O instrumentista é ainda autor de diversas trilhas sonoras para shows
de dança e de teatro.
O músico pernambucano se notabilizou também como pesquisador do folclore nordestino, se
debruçando sobre diferentes variantes do frevo e do caboclinho.
No álbum por ele lançado em
99, "Dança dos Tropeiros", Madureira ampliou suas fronteiras.
Escolheu como fonte de inspiração a música criada pelos índios
tapuias de Ceará-Mirim (RN).
Em seus espetáculos, Madureira
não se limita a interpretar gêneros
tradicionais, como maracatus e
frevos, mas também se aventura
pelo erudito, conferindo seu toque pessoal a obras como "Trenzinho Caipira", de Villa-Lobos, e
"Ária das Bachianas nº 5".
Não foge, portanto às suas origens, visto que estudou instrumentos tradicionais no Conservatório de Pernambuco e fez licenciatura em música pela Universidade Federal de Pernambuco.
Madureira tem ainda uma veia
performática, que costuma exibir
em suas apresentações, nas quais
encarna figuras arquetípicas do
Nordeste, como o Mendigo Tocador de Berimbau, o Cego Violeiro
e o Velho Manguzá.
Texto Anterior: Grupos buscam "portugalidade" Próximo Texto: Panorâmica: Aderbal estréia Valle-Inclán em Fortaleza Índice
|