São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 2000


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TELEVISÃO
Cultura exibe talento multiuso de Madureira

DA REPORTAGEM LOCAL

Serrotes, latas d'água e tubos. Todos eles são, para o pernambucano Antúlio Madureira, instrumentos musicais. É o que mostra o programa "Ensaio", da Cultura, que vai ao ar hoje, às 23h30.
Além dos instrumentos por ele criados, como a cabala e a marimbaça, Antúlio Madureira criou originais técnicas de execução para instrumentos populares.
Entre eles, a viola nordestina, a gaita de caboclinho, o garrofone (instrumento nascido no circo, criado com garrafas), a rabeca, a calimba (originária da África), a ocarina (feita de barro), o pandeiro, o marimbau e o pífano.
Madureira tem formação tão diversificada quanto os muitos instrumentos que domina.
Trabalhou por 20 anos com o Balé Popular do Recife, criado por sua família em 1977, como bailarino e diretor musical.
Foi ainda integrante do grupo Quinteto Armorial, que fundia música renascentista e gêneros tradicionais nordestinos, e pertenceu à Orquestra Romançal e ao Trio Romançal Brasileiro. O instrumentista é ainda autor de diversas trilhas sonoras para shows de dança e de teatro.
O músico pernambucano se notabilizou também como pesquisador do folclore nordestino, se debruçando sobre diferentes variantes do frevo e do caboclinho.
No álbum por ele lançado em 99, "Dança dos Tropeiros", Madureira ampliou suas fronteiras. Escolheu como fonte de inspiração a música criada pelos índios tapuias de Ceará-Mirim (RN).
Em seus espetáculos, Madureira não se limita a interpretar gêneros tradicionais, como maracatus e frevos, mas também se aventura pelo erudito, conferindo seu toque pessoal a obras como "Trenzinho Caipira", de Villa-Lobos, e "Ária das Bachianas nº 5".
Não foge, portanto às suas origens, visto que estudou instrumentos tradicionais no Conservatório de Pernambuco e fez licenciatura em música pela Universidade Federal de Pernambuco.
Madureira tem ainda uma veia performática, que costuma exibir em suas apresentações, nas quais encarna figuras arquetípicas do Nordeste, como o Mendigo Tocador de Berimbau, o Cego Violeiro e o Velho Manguzá.


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