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São Paulo, domingo, 22 de junho de 2003

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Rede SescSenac surge como alternativa a produtores que buscam espaço para exibição de seus projetos

Celeiro independente

FERNANDA DANNEMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

No ar 24 horas, o canal pago STV - Rede SescSenac de Televisão, mantido pelo Sesc-SP e pelo Senac-SP há sete anos, apresenta programação inteiramente feita por produtoras independentes. "Só neste ano já recebi mais de cem projetos", diz o diretor de programação Robson Moreira, 49, que trabalhou com mais de 50 produtoras nos últimos dois anos e não revela seu orçamento para "não gerar especulação".
Enquanto cinco delas renovam anualmente os contratos para produzir a grade fixa -idealizada por um grupo de jornalistas responsáveis pela programação-, produtores de todo o país buscam na emissora a chance da parceria e da exibição garantida. "A STV está vindo com tudo. Tem sensibilidade para as questões ambientais e culturais e abraça nossos projetos", afirma Sérgio Túlio Caldas, 40, que produziu "Asia Central, Fronteiras do Islã" e "Patrimônios da Caatinga".
Cláudio Kahns, produtor de "Civilização do Cacau", faz coro. "Se as outras emissoras fizessem o mesmo, teríamos um mercado de verdade para os independentes."
Ao eleger o documentário como ponto forte do canal, e o Brasil como assunto principal em seu objetivo de exercer um papel na sociedade, o STV escolheu o telespectador acima dos 15 anos e dividiu sua programação em seis faixas temáticas.
A faixa "Arte e Cultura", por exemplo, exibe atualmente 64 curtas de Charles Chaplin. Já a "Cidadania e Qualidade de Vida", veicula o programa "Gerações", apresentado pelo poeta Ferreira Gullar, que busca a integração entre jovens e idosos.
Disponível a 2,6 milhões de assinantes em todo o país, via cabo e satélite, segundo Moreira, o canal reprisa os programas seis vezes, em horários alternativos. "Não queremos que o telespectador seja nosso refém e bata o carro para não perder um programa", diz. Sem acesso aos números da audiência, ele diz receber, em média, 400 pedidos mensais de cópias das atrações e 50 e-mails por dia.

Convênios
Com produção "90% nacional", como diz Moreira, e o restante composto por documentários de TVs estrangeiras, a STV também tem 11 parcerias para co-produções e troca de programação com instituições, entre elas, TV Cultura, Rede Minas e TVE do Rio Grande do Sul.
Segundo o diretor, a emissora está negociando com o Ministério da Cultura o acervo audiovisual do canal desativado Cultura e Arte e de órgãos governamentais -como a Funarte. Faria parte do pacote, por exemplo, o projeto de captação de espetáculos teatrais do Cultura de Arte. "Doze peças foram captadas, entre elas "O Evangelho Segundo Jesus Cristo", dirigida por José Possi Neto", diz Moreira, que descarta a possibilidade de produzir dramaturgia.
Ao frisar que sua programação não é movida pela audiência, o diretor da STV diz que o ideal seria haver um código de ética que determinasse critérios e limites para as emissoras. "Estou convencido de que o gosto do telespectador é estabelecido pela oferta", conclui.


STV - Canal 3 da Net, 22 da Canbras, 3 da Sky, 211 da Directv e 10 da Tecsat.


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