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Rede SescSenac surge como alternativa a produtores que buscam espaço para exibição de seus projetos
Celeiro independente
FERNANDA DANNEMANN
DA REPORTAGEM LOCAL
No ar 24 horas, o canal pago
STV - Rede SescSenac de Televisão, mantido pelo Sesc-SP e pelo
Senac-SP há sete anos, apresenta
programação inteiramente feita
por produtoras independentes.
"Só neste ano já recebi mais de
cem projetos", diz o diretor de
programação Robson Moreira,
49, que trabalhou com mais de 50
produtoras nos últimos dois anos
e não revela seu orçamento para
"não gerar especulação".
Enquanto cinco delas renovam
anualmente os contratos para
produzir a grade fixa -idealizada
por um grupo de jornalistas responsáveis pela programação-,
produtores de todo o país buscam
na emissora a chance da parceria
e da exibição garantida. "A STV
está vindo com tudo. Tem sensibilidade para as questões ambientais e culturais e abraça nossos
projetos", afirma Sérgio Túlio
Caldas, 40, que produziu "Asia
Central, Fronteiras do Islã" e "Patrimônios da Caatinga".
Cláudio Kahns, produtor de
"Civilização do Cacau", faz coro.
"Se as outras emissoras fizessem o
mesmo, teríamos um mercado de
verdade para os independentes."
Ao eleger o documentário como
ponto forte do canal, e o Brasil como assunto principal em seu objetivo de exercer um papel na sociedade, o STV escolheu o telespectador acima dos 15 anos e dividiu sua programação em seis faixas temáticas.
A faixa "Arte e Cultura", por
exemplo, exibe atualmente 64
curtas de Charles Chaplin. Já a
"Cidadania e Qualidade de Vida",
veicula o programa "Gerações",
apresentado pelo poeta Ferreira
Gullar, que busca a integração entre jovens e idosos.
Disponível a 2,6 milhões de assinantes em todo o país, via cabo e
satélite, segundo Moreira, o canal
reprisa os programas seis vezes,
em horários alternativos. "Não
queremos que o telespectador seja nosso refém e bata o carro para
não perder um programa", diz.
Sem acesso aos números da audiência, ele diz receber, em média,
400 pedidos mensais de cópias
das atrações e 50 e-mails por dia.
Convênios
Com produção "90% nacional",
como diz Moreira, e o restante
composto por documentários de
TVs estrangeiras, a STV também
tem 11 parcerias para co-produções e troca de programação com
instituições, entre elas, TV Cultura, Rede Minas e TVE do Rio
Grande do Sul.
Segundo o diretor, a emissora
está negociando com o Ministério
da Cultura o acervo audiovisual
do canal desativado Cultura e Arte e de órgãos governamentais
-como a Funarte. Faria parte do
pacote, por exemplo, o projeto de
captação de espetáculos teatrais
do Cultura de Arte. "Doze peças
foram captadas, entre elas "O
Evangelho Segundo Jesus Cristo",
dirigida por José Possi Neto", diz
Moreira, que descarta a possibilidade de produzir dramaturgia.
Ao frisar que sua programação
não é movida pela audiência, o diretor da STV diz que o ideal seria
haver um código de ética que determinasse critérios e limites para
as emissoras. "Estou convencido
de que o gosto do telespectador é
estabelecido pela oferta", conclui.
STV - Canal 3 da Net, 22 da Canbras, 3 da
Sky, 211 da Directv e 10 da Tecsat.
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