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Blue Man faz deboche de popstars
Turnê "How to Be a Megastar 2.0" tem curta temporada em SP e no Rio; trio de "carecas azuis" interage com o público
Para o "blue man" Jeremy Gill, o show é também "uma carta de amor" àqueles que fazem um concerto de rock "sem o problema do ego"
CRISTINA FIBE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Três carecas azuis, alguns
instrumentos estranhos (como
tubos de PVC), uma banda
competente e um suntuoso jogo de luzes para ensinar qualquer um a se tornar uma estrela
do rock. É a proposta da turnê
"How to Be a Megastar 2.0", do
Blue Man Group, que estréia
hoje no Brasil, com shows em
São Paulo e, em julho, no Rio.
O espetáculo norte-americano debocha das fórmulas de sucesso usadas por popstars e
mostra como levantar a platéia
com performances prontas,
disfarçando "detalhes" como
voz ruim ou falta de talento.
Um narrador explica, passo a
passo -e em português, no
Brasil-, o que se deve fazer para conquistar o estrelato, enquanto os "carecas" obedecem,
com mímicas e coreografias.
"De alguma forma estamos
gozando dessa fórmula, mas ao
mesmo tempo fazemos com ela
o maior show de rock já visto",
brinca Jeremy Gill, 33, um dos
"carecas" (ele tem cabelos por
baixo da maquiagem) que veio
ao Brasil. "A Madonna, por
exemplo, é só uma pessoa, que
vira uma megastar aos olhos do
público, depende dele."
Fica o aviso: os shows são interativos. "Duas pessoas são escolhidas para subir ao palco, e
nós vamos até o público, descemos com câmeras, para explorar a platéia", conta Gill.
"Carta de amor"
Não foi só da ironia que a
idéia surgiu. "Um grande concerto de rock é algo impressionante, a energia que ele cria é o
que estamos explorando. É
uma carta de amor àqueles por
trás desse tipo de show que não
têm um problema de ego."
A curiosidade em relação às
reações dos espectadores, diz
Gill, é o que move os "blue
men" desde o começo, em meados dos anos 80. "O "blue man" é
um "outsider", um curioso que
explora a energia que surge
quando grandes grupos de pessoas se reúnem. No começo, fazíamos isso no teatro."
Diferentemente de quando
começou, hoje o Blue Man
Group é um exército de 60 homens que se revezam para levar
o show a diversos países. Dessa
equipe, quatro estão no Brasil,
um no banco de reservas. Gill,
parte do grupo há seis anos, diz
não se sentir um "megastar".
"O personagem é a estrela."
O grupo lança também no
Brasil o DVD do show anterior,
"The Complex Rock Tour - Live" (Warner, R$ 51), e um CD
com a respectiva trilha sonora.
HOW TO BE A MEGASTAR 2.0
Quando: de hoje (17h e 22h) a 1/7 em
SP; de 13 a 19/7 no Rio; vários horários
Onde: em SP, no Credicard Hall (av.
das Nações Unidas, 17.955, tel. 0/xx/11/6846-6000); no Rio, no Citibank Hall (av. Ayrton Senna, 3.000, tel. 0/
xx/21/0300-789-6846)
Quanto: em SP, de R$ 60 a R$ 320; no Rio, de R$ 100 a R$ 280
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