São Paulo, sexta-feira, 22 de junho de 2007

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Blue Man faz deboche de popstars

Turnê "How to Be a Megastar 2.0" tem curta temporada em SP e no Rio; trio de "carecas azuis" interage com o público

Para o "blue man" Jeremy Gill, o show é também "uma carta de amor" àqueles que fazem um concerto de rock "sem o problema do ego"

CRISTINA FIBE
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Três carecas azuis, alguns instrumentos estranhos (como tubos de PVC), uma banda competente e um suntuoso jogo de luzes para ensinar qualquer um a se tornar uma estrela do rock. É a proposta da turnê "How to Be a Megastar 2.0", do Blue Man Group, que estréia hoje no Brasil, com shows em São Paulo e, em julho, no Rio.
O espetáculo norte-americano debocha das fórmulas de sucesso usadas por popstars e mostra como levantar a platéia com performances prontas, disfarçando "detalhes" como voz ruim ou falta de talento.
Um narrador explica, passo a passo -e em português, no Brasil-, o que se deve fazer para conquistar o estrelato, enquanto os "carecas" obedecem, com mímicas e coreografias.
"De alguma forma estamos gozando dessa fórmula, mas ao mesmo tempo fazemos com ela o maior show de rock já visto", brinca Jeremy Gill, 33, um dos "carecas" (ele tem cabelos por baixo da maquiagem) que veio ao Brasil. "A Madonna, por exemplo, é só uma pessoa, que vira uma megastar aos olhos do público, depende dele."
Fica o aviso: os shows são interativos. "Duas pessoas são escolhidas para subir ao palco, e nós vamos até o público, descemos com câmeras, para explorar a platéia", conta Gill.

"Carta de amor"
Não foi só da ironia que a idéia surgiu. "Um grande concerto de rock é algo impressionante, a energia que ele cria é o que estamos explorando. É uma carta de amor àqueles por trás desse tipo de show que não têm um problema de ego."
A curiosidade em relação às reações dos espectadores, diz Gill, é o que move os "blue men" desde o começo, em meados dos anos 80. "O "blue man" é um "outsider", um curioso que explora a energia que surge quando grandes grupos de pessoas se reúnem. No começo, fazíamos isso no teatro."
Diferentemente de quando começou, hoje o Blue Man Group é um exército de 60 homens que se revezam para levar o show a diversos países. Dessa equipe, quatro estão no Brasil, um no banco de reservas. Gill, parte do grupo há seis anos, diz não se sentir um "megastar". "O personagem é a estrela."
O grupo lança também no Brasil o DVD do show anterior, "The Complex Rock Tour - Live" (Warner, R$ 51), e um CD com a respectiva trilha sonora.


HOW TO BE A MEGASTAR 2.0
Quando:
de hoje (17h e 22h) a 1/7 em SP; de 13 a 19/7 no Rio; vários horários
Onde: em SP, no Credicard Hall (av. das Nações Unidas, 17.955, tel. 0/xx/11/6846-6000); no Rio, no Citibank Hall (av. Ayrton Senna, 3.000, tel. 0/ xx/21/0300-789-6846)
Quanto: em SP, de R$ 60 a R$ 320; no Rio, de R$ 100 a R$ 280


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