|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
PELO BRASIL
Mamam atrai 98 mil em seis meses
MANOELLA VALADARES
em Recife
Em pouco mais de seis meses de
existência, o Mamam (Museu de
Arte Moderna Aloísio Magalhães)
colocou Recife (PE) no circuito
das grandes exposições e renovou
a vida cultural da cidade.
Inaugurado em dezembro passado após uma série de reformas, o
casarão da rua da Aurora, no centro da cidade, abrigou mostras de
artistas como o espanhol Goya e o
americano Jean-Michel Basquiat.
Com isso, já recebeu a visita de 98
mil pessoas desde a inauguração.
A exposição de Basquiat registrou a visita de 40 mil pessoas em
abril e maio. As obras de Goya foram vistas por 20 mil.
Para dirigir o museu, a Prefeitura
de Recife chamou Marcos Lontra,
ex-diretor do Museu de Arte Moderna do Rio. "Incluir Recife na
rota internacional das artes plásticas é um desafio para mim."
Sua primeira medida ao assumir
o museu foi firmar convênios com
a Pinacoteca do Estado de São
Paulo, a Fundação Bienal São Paulo, o Centro Cultural Banco do
Brasil do Rio e os museus de Arte
Moderna de São Paulo e Bahia.
"O intercâmbio entre os espaços
culturais é fundamental para fortalecer os museus e democratizar o
acesso do público às mostras."
Para receber as mostras, o museu
trocou os painéis de suporte de
trabalhos pela construção de novas paredes. "Não adiantava lutar
por exposições se o museu não
apresentasse condições para abrigá-las. As reformas o deixaram apto à linguagem contemporânea."
O museu ganhou uma reserva
técnica (local para guardar acervo)
e ainda este ano vai climatizar o espaço para conservar as 600 peças
de sua coleção. Uma biblioteca e
um centro de documentação serão
inaugurados.
Artistas pernambucanos
A política cultural do museu está
atenta para divulgar os artistas
plásticos pernambucanos em outras regiões do país.
"Estamos armando exposições
de João Câmara e Gilvan Samico
na Pinacoteca do Estado de São
Paulo", disse o diretor do Mamam.
Lontra afirmou que também está
mantendo contatos com a direção
do MAM de São Paulo para incluir
telas assinadas pelos pintores pernambucanos Cícero Dias e Vicente do Rêgo Monteiro numa mostra
sobre modernismo que o MAM
paulista organiza.
Para Lontra, não basta apenas
articular contatos com outras instituições. "É fundamental a participação da iniciativa privada no
patrocínio das atividades do museu", disse ele.
O Mamam está revitalizando a
vida cultural em Recife com um
gasto modesto, que deve totalizar
este ano R$ 800 mil.
Desse montante, R$ 500 mil vêm
do orçamento da Prefeitura de Recife, à qual o museu é ligado, e o
resto deve vir da iniciativa privada
(R$ 150 mil já foram obtidos).
Trabalham hoje no Mamam 15
pessoas. Oito são estudantes, que
atuam no monitoramento dos
eventos e montagem das mostras.
Onde: r. da Aurora, 265, Boa Vista
Quando: diariamente, das 12h às 18h
Quanto: gratuita
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|