São Paulo, segunda, 22 de junho de 1998

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PELO BRASIL
Mamam atrai 98 mil em seis meses

MANOELLA VALADARES
em Recife

Em pouco mais de seis meses de existência, o Mamam (Museu de Arte Moderna Aloísio Magalhães) colocou Recife (PE) no circuito das grandes exposições e renovou a vida cultural da cidade.
Inaugurado em dezembro passado após uma série de reformas, o casarão da rua da Aurora, no centro da cidade, abrigou mostras de artistas como o espanhol Goya e o americano Jean-Michel Basquiat. Com isso, já recebeu a visita de 98 mil pessoas desde a inauguração.
A exposição de Basquiat registrou a visita de 40 mil pessoas em abril e maio. As obras de Goya foram vistas por 20 mil.
Para dirigir o museu, a Prefeitura de Recife chamou Marcos Lontra, ex-diretor do Museu de Arte Moderna do Rio. "Incluir Recife na rota internacional das artes plásticas é um desafio para mim."
Sua primeira medida ao assumir o museu foi firmar convênios com a Pinacoteca do Estado de São Paulo, a Fundação Bienal São Paulo, o Centro Cultural Banco do Brasil do Rio e os museus de Arte Moderna de São Paulo e Bahia.
"O intercâmbio entre os espaços culturais é fundamental para fortalecer os museus e democratizar o acesso do público às mostras."
Para receber as mostras, o museu trocou os painéis de suporte de trabalhos pela construção de novas paredes. "Não adiantava lutar por exposições se o museu não apresentasse condições para abrigá-las. As reformas o deixaram apto à linguagem contemporânea."
O museu ganhou uma reserva técnica (local para guardar acervo) e ainda este ano vai climatizar o espaço para conservar as 600 peças de sua coleção. Uma biblioteca e um centro de documentação serão inaugurados.
Artistas pernambucanos

A política cultural do museu está atenta para divulgar os artistas plásticos pernambucanos em outras regiões do país.
"Estamos armando exposições de João Câmara e Gilvan Samico na Pinacoteca do Estado de São Paulo", disse o diretor do Mamam.
Lontra afirmou que também está mantendo contatos com a direção do MAM de São Paulo para incluir telas assinadas pelos pintores pernambucanos Cícero Dias e Vicente do Rêgo Monteiro numa mostra sobre modernismo que o MAM paulista organiza.
Para Lontra, não basta apenas articular contatos com outras instituições. "É fundamental a participação da iniciativa privada no patrocínio das atividades do museu", disse ele.
O Mamam está revitalizando a vida cultural em Recife com um gasto modesto, que deve totalizar este ano R$ 800 mil.
Desse montante, R$ 500 mil vêm do orçamento da Prefeitura de Recife, à qual o museu é ligado, e o resto deve vir da iniciativa privada (R$ 150 mil já foram obtidos).
Trabalham hoje no Mamam 15 pessoas. Oito são estudantes, que atuam no monitoramento dos eventos e montagem das mostras.

Onde: r. da Aurora, 265, Boa Vista Quando: diariamente, das 12h às 18h Quanto: gratuita



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