São Paulo, segunda-feira, 22 de julho de 2002

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BARBARA GANCIA

João Kléber usa dois pesos e duas medidas

O mínimo que se espera de um apresentador da linhagem de João Kléber (da Rede TV) é que ele esteja preparado para receber críticas, certo, biscoito?
Ou melhor, críticas muito pesadas. Se o sujeito se dispõe a manipular, falsear e ter o seu nome vinculado a um produto de baixa qualidade, ele que o faça se seu fígado permitir. Mas que esteja pronto para aguentar o tranco que virá depois.
E não adianta se esquivar do escrutínio da crítica usando aquela conversa mole de que o programa tem audiência e que, no fim das contas, o que importa é o julgamento do telespectador. Tampouco serve tentar disfarçar a baixaria usando de bom-mocismo ou tecendo loas ao Senhor.
Em sua confuciana coluna na revista "Contigo", sempre preocupada com a volubilidade dos mais ingênuos e com a quantidade de lixo que a TV atira sobre a cabeça da criançada, Xênia Bier fez duras críticas (quando é que ela faz críticas suaves?) ao programa de João Kléber.
Para quê? O apresentador subiu nas tamancas. No dia em que a revista chegou às bancas, ele usou vários minutos de seu programa para atacar a colunista da maneira mais covarde, grosseira e machista possível.
João Kléber chamou Xênia Bier de mal-amada, decadente e velha, como se ser velho fosse motivo de insulto.
Quarentão, dificilmente ele vai conseguir recuperar o bê-á-bá da educação básica que seus pais certamente lhe ensinaram e ele esqueceu. Mas já que acha que tem procuração para falar em nome de Deus e sempre subestima a inteligência do próximo posando de bom rapaz, queria dizer ao sr. João Kléber que ele deveria aprender uma coisinha ou duas com José Luís Datena e até, pasme, com Nelson Rubens.
Recentemente usei esta coluna para fazer críticas severas ao programa do Datena e também ao comportamento de Nelson Rubens no programa vespertino que apresenta com Leonor Corrêa.
Qual foi a reação deles? Ambos fizeram questão de mencionar meus comentários em seus respectivos programas, mas em nenhum momento usaram de qualquer tipo de descortesia. Profissionais experimentados, eles sabem sair na chuva e se molhar sem estragar o penteado.
A falta de respeito de João Kléber com Xênia me deixou intrigada. Por que será que quando eu o critiquei aqui ele colocou o rabinho entre as pernas e ficou na moita, mas, quando a crítica veio da Xênia, que já não tem mais a mesma disposição de antes para se defender, ele partiu para a agressão?

E-mail: barbara@uol.com.br
www.uol.com.br/barbaragancia/



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