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Dupla do Moloko vem com house
DO ENVIADO À INGLATERRA
Na música, eles se entendem
bem, mas, nas entrevistas, quanta
diferença. O casal inglês Mark
Bryden, 39, e Róisin Murphy, 27, é
a base criativa do Moloko, grupo
que abre o show do Leftfield no
Main Stage do Free Jazz 2000.
Em entrevista feita antes da
apresentação da dupla, anteontem, no festival V2000, poucas
respostas eram dadas sem que
houvesse contestações.
Casados há seis anos, segundo o
guitarrista, baixista e tecladista
Bryden, ou há sete, segundo a vocalista Róisin, gravaram três álbuns desde a estréia com "Do You
Like My Tight Sweater?" (95).
Na época, quem lançasse disco
com teclados de segunda mão, climas soturnos e vocal feminino logo era comparado ao Portishead
pela imprensa britânica. Injustiça.
A base musical do Moloko nada
tem a ver com o trio de Bristol. A
dupla bebe em outras fontes, como o rock, o funk, o soul, a disco
music e até a cultura dos clubes.
No Brasil, deverão ser reconhecidos pelo trip hop "Fun for Me",
tema de comercial de outra marca
de cigarro, Lucky Strike (também
da Souza Cruz, como o Free).
Não foi, porém, "Fun for Me",
de 95, que trouxe ao grupo a popularidade. Um remix house da
música "Sing It Back", do segundo CD, "I Am Not a Doctor", de
98, incluído como bônus no último, "Things to Make and Do", levou-os ao topo da parada.
A faixa é uma homenagem ao
clube vespertino Body and Soul,
que abre todos os domingos em
Nova York. "Estive lá em 97. A experiência ficou na minha cabeça.
Era originalmente uma música de
house, mas mudou para a que está no disco", explica Róisin.
"Nunca pensamos em escrever
para as pistas", completa Bryden.
Sem perder tempo, Róisin contesta: "Não diga nunca. Seria um
passo gigantesco para nós gravar
uma música de house. Teríamos
de ser corajosos o bastante".
Bryden, finalmente, concorda:
"Sabíamos que conseguiríamos
fazer house, mas não se encaixaria no resto das nossas idéias".
No show, o ponto alto é a versão
de "Sing It Back", que encerra a
apresentação e mescla a versão do
CD com a do remix house. Nela,
ainda são incluídos trechos de
músicas do repertório da Body
and Soul, como a clássica "I Feel
Love", de Donna Summer.
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