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CINEMA
Evento com 290 filmes de 50 países reúne o melhor da produção mundial e tem início hoje em São Paulo
Festival traz curtas para todos os gostos
AMIR LABAKI
da Equipe de Articulistas
Não é difícil se perder num evento que reúne 290 filmes curtos,
vindos de 50 países e organizados
em 41 programas distintos. Esse
tentador labirinto chama-se 8º
Festival Internacional de Curtas-Metragens de São Paulo, que
começa hoje para o público.
Poupe a ansiedade. Têm-se nove
dias para desfrutar do melhor da
produção mundial de curtas do último ano, além da série de programas especiais. Uma estudada na
programação permite agendar seu
roteiro ideal. Leia abaixo algumas
sugestões de recortes para você
compor o seu festival.
CURTA COMO CONTO - Também o
curta de ficção oscila entre a arte (conto) e a indústria (cartão de visitas).
Paradas obrigatórias são "81", do irlandês Stephen Burke (Internacional
5), e "Será Que É o Desenho da Embalagem?", que valeu a Palma de Ouro de
curtas em Cannes-97 para Tessa Sheridan (Int. 9). Três programas brasileiros
também exigem presença. Uma trinca
que se destacou em Gramado está no
Panorama Brasil 1: o exageradamente
premiado "Decisão", o belo solo de Zezé Polessa em "Dedicatórias" e o subestimado "Ângelo Anda Sumido", de
Jorge Furtado.
O principal inédito nacional, "Rosa"
de Bruno Vianna, participa do Brasil 7
ao lado, entre outros, de uma dupla
sem papas na língua: "Anjos Urbanos"
e "Sexo & Beethoven - O Reencontro".
Confira ainda o Panorama Brasil 10,
que inclui "O Pulso" e "Átimo", ambos
premiados em Gramado.
CURTA COMO VANGUARDA - Tampouco pode-se reclamar do cinema
que aposta na experimentação. Bata
ponto nos dois programas trazidos pela Image Fórum de Tóquio. O primeiro
destaca a vanguarda japonesa hoje. O
segundo celebra quase duas décadas
de inquietude de Takashi Itoh, que reconstrói o espaço fílmico com um furor
que desafia os atuais reis dos efeitos
por computador.
Impõe-se também toda a atenção ao
ciclo dedicado ao cineasta alemão
Matthias Müller. Sua obra desenvolve-se com notável coerência há quase
uma década, tendo por eixo a reconstrução da memória do próprio diretor.
CURTA COMO AFIRMAÇÃO - Não
confunda correção política com lassidão estética. O chamado cinema das
minorias dá o tom do festival. Não perca o supletivo do curta negro, produzido na África e nas diásporas (Brasil,
EUA e Grã-Bretanha). Não é exaustivo,
mas funciona como uma introdução e
tanto. Muito mais tímida, mas não menos importante, é a sessão em homenagem à distribuidora americana
"Women Make Movies".
CURTA-VERDADE - Não saia atrás do
documentarismo militante velho de
guerra. Mesmo os poucos retratos recusam-se às visões totalizadoras, como
nos belos "Nélson Sargento" (Brasil 6)
e "O Capeta Carybé" (2). A economia
do lixo no Rio surge com frescor em
"Burro Sem Rabo" (8). Na seleção internacional, dois novos filmes de mestres: o lituano Audrius Stonys ("Voando sobre Campos Azuis", Programa 1)
e o canadense Mike Hoolboom ("Cartas Vindas de Casa", 7).
ANIMAÇÃO - Para quem pioneiramente apresentou entre nós a produção dos estúdios Aardman (leia-se Nick
Park), a seleção deste ano não é das
mais fortes. Ainda assim, todo um programa faz um balanço da animação
alemã pós-queda do muro. Por falar
em Berlim, não dá para perder o vencedor do Urso de Prata do ano passado, a versão surrealista com bonecos
para "O Médico do Interior", de Kafka,
dirigida por Katarina Lillquist.
Veja na TV UOL os destaques do Festival de Curtas: http://www2.uol.com.br/tvuol/
Evento: 8º Festival Internacional de
Curtas-Metragens de São Paulo
Quando: de hoje a 30 de agosto
Onde: MIS (av. Europa, 158, tel.
011/852-9197), Centro Cultural São Paulo -
sala Lima Barreto (r. Vergueiro, 1.000, tel.
011/277-3611), Cinesesc (r. Augusta, 2.075,
tel.011/282-0213), Espaço Unibanco de
Cinema - sala 4 (r. Augusta, 1.470, tel.
011/287-5590)
Quanto: entrada franca (com distribuição
de senhas uma hora antes de cada sessão)
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