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Repercussão
Yacoff Sarkovas, consultor de marketing cultural -
"É uma das gestões mais
bem intencionadas e mais
ativas da curta história do
Ministério da Cultura. Esse
é o aspecto positivo. O negativo é que o ministério está longe de ter definido uma
política de financiamento
da cultura. A impressão é
que ele não sabe como fazê-lo. Acho que há uma falta de competência técnica e
política para formular e articular uma política de financiamento. Essa incapacidade tem levado o MinC a
iludir o meio cultural em
particular e a comunidade
de maneira geral de que boa
parte dos problemas será
resolvido por leis de incentivo, o que não é verdade. O
ministério tem posto dinheiro público da mão das
empresas para elas fingirem
que estão investindo."
Luiz Carlos Barreto, produtor de cinema - "O
maior mérito é ter trabalhado para reconstruir a capacidade de produção dos
produtores culturais. O país
voltou a mover-se. Saímos
do zero para 40, 60 filmes.
As modificações demonstram que o governo FHC
tem intenção política de desenvolver a indústria e a
animação cultural. Acho altamente elogiável dar os
100% de desconto também
na Lei Rouanet, mas a discriminação de beneficiar só
algumas áreas não é muito
boa, deixa o cinema inviável na Rouanet. Acho que,
democraticamente, os outros setores vão se movimentar para também conseguir os 100%."
Teixeira Coelho, professor-titular de política cultural da USP - "O que está
dentro da lógica do momento, da lógica desse governo, o ministério está fazendo. Mas isso não é a única coisa a ser feita. Há uma
tarefa que é a organização
da sociedade para a cultura.
Isso se faz com leis de incentivo sim, mas também
com uma presença mais
marcante do Estado e, para
tal, é preciso aumentar o
orçamento."
Ricardo Ribenboim, diretor-superintendente do Instituto Cultural Itaú -
"Acho que estamos num
momento de experimentação de entrada do dinheiro
no meio cultural. O crescimento que ocorreu nos últimos anos é extremamente
significativo. Três anos é
muito pouco para negar ou
aprovar 100% de uma ação
que envolve questões de hábito, uma ação de longo
prazo. Acho que seria interessante aumentar os percentuais de investimento,
que ainda são pequenos."
Marcos Mendonça, secretário de Estado da Cultura
de SP - "Houve um crescimento da ação do MinC
em todo o país, um empenho na obtenção de recursos aqui e no exterior. Nós
saímos de um patamar
muito baixo. Mesmo assim,
o volume de recursos para a
cultura ainda é pequeno.
Acho que essa é a maior dificuldade do ministro. A
possibilidade de trazer dinheiro do mercado aliviou
a pressão no ministério."
Rodolfo Konder, secretário municipal da Cultura de
SP - "Desde o início estabelecemos um diálogo muito cordial com o ministro.
Ele também tem como
prioridades a ética da liberdade, a diversidade e o multiculturalismo. Acho que a
aproximação do capital privado é o único caminho. Na
secretaria, nós estamos ampliando as parcerias."
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