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MinC não divulga como gasta orçamento
da enviada especial a Brasília
Quando se trata de números, tudo fica complicado no Ministério
da Cultura. Atualmente, não se sabe quanto se gasta ou investe em
cultura no país, nem é simples descobrir como estão sendo distribuídos os cerca de R$ 250 milhões do
orçamento de 97.
Para solucionar o primeiro problema, o MinC encomendou uma
pesquisa a um instituto independente, que deverá ficar pronta até
o final do ano. No segundo caso,
seria preciso esperar pelo menos
dois meses para ter os dados disponíveis, segundo a Coordenadora de Comunicação do ministério,
Ângela Coronel.
Isso porque, de acordo com Coronel, há várias mudanças no decorrer do ano e conexões do MinC
com outros órgãos do governo.
Por enquanto, segundo o MinC,
o patrimônio histórico é a área que
mais recebeu recursos durante a
gestão de Francisco Weffort. São
cerca de R$ 240 milhões, sendo
que R$ 80 milhões são provenientes do MinC e o restante vem de
investimento do BID (Banco Mundial) em um projeto de restauração em sete cidades brasileiras.
Os investimentos mais diretos
do ministério -que saem do orçamento a fundo perdido- são os
referentes ao Fundo Nacional de
Cultura. No ano passado, quando
o orçamento era de R$ 215 milhões, os convênios do FNC somaram, aproximadamente, R$ 12 milhões, cerca de 5,5% do total.
O FNC serve para patrocinar os
mais diferentes tipos de projetos,
agrupados sob o nome de "difusão cultural". Esse termo também
define as iniciativas das entidades
ligadas ao MinC, como a Funarte.
Alguns exemplos de produtos
lançados como difusão cultural
são a reedição de todos os filmes
do cineasta Humberto Mauro e a
produção de programas de televisão como a aula-espetáculo de
Ariano Suassuna.
Além disso, esse dinheiro se pulveriza entre bolsas de aperfeiçoamento, passagens aéreas, patrocínio a bandas municipais etc.
Desvinculado do orçamento do
ministério, existe ainda, como
verba da Cultura, o dinheiro da renúncia fiscal. O valor -R$ 120 milhões este ano- sai do total de impostos arrecadados pela União.
O total a cada ano para os investimentos em cultura por meio das
leis de incentivo fiscal é acertado
previamente junto com a equipe
econômica do governo.
O ministro Francisco Weffort já
anunciou que, para 98, espera dobrar o dinheiro da renúncia fiscal,
atingindo R$ 240 milhões.
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