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CINEMA/ESTRÉIAS
"SHOW BAR"
Não vá ver mais um Bruckheimer nem amarrado
SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK
As exibições de filmes para
jornalistas ocorrem geralmente de manhã e com antecedência, para dar tempo de os críticos escreverem em tempo hábil. A
sessão para a imprensa de "Show
Bar" (Coyote Ugly, no original),
que aconteceu numa noite de gala
do cinema Ziegfield, em Nova
York, teve outra cena rara: muitas
pessoas saíram no meio.
Não foi o caso deste crítico, que
assistiu até o fim por obrigação,
mas abriu mão das entrevistas
com as atrizes principais, que
aconteceriam no dia seguinte. Se
tivesse ido, ouviria jovens medíocres dizendo como conseguiram a
grande chance de trabalhar nesta
obra-prima e como Fulano
(preencha com o nome do diretor, do produtor ou do ator principal) é incrível e genial.
Como nada disso aconteceu,
você vai ter de confiar unicamente na opinião do crítico. Que é:
não vá assistir a "Show Bar" nem
amarrado.
O longa é a estréia de David
McNally, mas você já sabe como
funciona o esquema do produtor
Jerry Bruckheimer, que levou
mais de US$ 3 bilhões para os cofres de Hollywood. Ele pega um zé
mané e o coloca para dirigir, para
que, assim, possa fazer o filme do
jeito que quiser.
Este não é diferente de "60 Segundos", "Armageddon", "Con
Air", todos produzidos por Bruckheimer, mas não é diferente
também de "Flashdance", musical de 1983, que leva sua marca.
Ou seja: menina pobre (Piper
Perabo, a "nova Julia Roberts")
do interior (Nova Jersey) abandona o pai (John Goodman) para
tentar a vida como música na cidade grande (Nova York), onde
terá de lutar pela sobrevivência,
superar o trauma de palco e descobrir seu grande amor (Adam
Garcia, o "novo Mel Gibson").
É realmente inútil dizer mais sobre o filme, tão esquemático e pobre, mas vamos lá. O tal Coyote
Ugly do título original é um bar,
que existe mesmo em Nova York,
em que todas as funcionárias são
mulheres, que servem bebidas e
dançam no balcão.
Piper terá de passar um tempo
lá para ganhar dinheiro, antes de
atingir a fama -e a paciência do
espectador, já que, tretou, relou, a
menina tira o seu tecladinho e
canta uma música. Aliás, nem é
ela, mas a sofrível LeAnn Rimes,
que dubla todas as cantorias.
(Não se anime com a presença de
John Goodman, o único ator que
entrou nessa visivelmente para
poder pagar o aluguel do mês.)
Dito isto, o lamento: na próxima
segunda, serão divulgados os números do fim-de-semana, e
"Show Bar" terá sido o mais assistido nas telas brasileiras.
Show Bar
Coyote Ugly
Direção: David Mcnally
Produção: EUA, 2000
Com: Piper Perabo, Adam Garcia
Quando: a partir de hoje nos cines
Anália Franco, Tamboré e circuito
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