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"Não há muito além dos Strokes"
THIAGO NEY
DA REDAÇÃO
Qualquer banda nova daria
qualquer coisa para aparecer nas
revistas e nos jornais europeus
com a frequência insistentemente
rotineira dos Libertines.
Foram tão falados que, para defini-los, foi quase institucionalizada a expressão "os Strokes da Inglaterra". A (vital) diferença é que
o motivo de tamanha exposição
desse quarteto londrino vai além
dos limites de suas guitarras.
Já são famosas as ásperas e
constantes brigas entre Carl Barat
e Pete Doherty. Além de ganharem páginas na mídia especializada, ameaçaram seriamente o grupo. A Folha conversou com Barat
sobre o futuro do Libertines, a
prisão de Doherty e o novo rock.
Folha - Pete Doherty foi preso por
assaltar a sua casa. O que foi que
aconteceu?
Carl Barat - Pete é viciado em
drogas, precisa de alguém para tomar conta dele 24 horas por dia.
Ele entrou em minha casa porque
precisava de dinheiro. Mas continuamos amigos, nos conhecemos
desde que éramos crianças.
Folha - Com ele preso, vocês tiveram que arrumar um guitarrista
substituto. A banda tem como continuar sem ele?
Barat - Sim, claro. Daqui a seis
meses Pete sai da prisão. E ele
provavelmente vai querer voltar
para a banda.
Folha - Isso é consequência desse
"estilo de vida rock and roll" vivido
por vocês?
Barat - Nunca pretendemos propositalmente ter esse tipo de estilo
de vida. Levamos a vida do jeito
que ela aparece para nós. Temos
muitos amigos, muitas pessoas
que gostam de nós.
Não brigamos nem "farreamos"
o tempo inteiro. Temos os nossos
sonhos. E nossas canções falam
sobre essas coisas.
Folha - Libertines é apontado como uma das boas bandas atuais
desse novo rock...
Barat - Há muitas bandas ruins
aparecendo sob esse rótulo, bandas que nunca tocaram boa música e entraram na onda porque é
sobre isso que os jornais estão falando. White Stripes, Strokes são
OK... Não há muito além disso.
Folha - Mick Jones (Clash) e Bernard Butler (Suede) foram seus
produtores. Como isso aconteceu?
Barat - Na verdade foram eles
que nos escolheram. Queríamos
fazer [o disco e o single "What a
Waster"] nós mesmos, mas a gravadora achou a idéia ruim... Disseram que seria melhor gravarmos com alguém experiente.
Folha - Entre as histórias que contam do Libertines, dizem que você
e Doherty eram garotos de programa. É verdade?
Barat - Nós precisávamos de dinheiro, então procuramos uma
agência de encontros. Mas ficamos bem pouco tempo.
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