São Paulo, quinta-feira, 22 de setembro de 2005

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MÚSICA

Cantora e performer cearense faz shows na cidade

Karine Alexandrino apresenta o "neoneotropicalismo" a São Paulo

BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL

A cantora Karine Alexandrino veio do Ceará para se jogar em São Paulo. Caída na rua, faz a performance "Mulher Tombada", em que ela literalmente se esparrama pelo chão. Homenagem à cidade onde as pessoas mais se "tombam" (do verbo "tombar", gíria gay/moderna para o ato de falar mal de algo ou alguém)?
"É porque, lá no Ceará, as pessoas querem me derrubar o tempo todo. Já estou prevenida, então eu mesma caio em vários lugares", afirma Karine, 28, com certa mania de perseguição. Não por acaso, seu segundo e mais recente disco chama-se "Querem Acabar Comigo, Roberto" (independente; distribuição Tratore, de 2004).
Diz, no entanto, que há, sim, certa patrulha ideológica por não fazer música com influências regionais ou fusões. Karine, 25 (a personagem), encarna personagens para si mesma (Zelda, Producta) e vai fundo na viagem que faz aos anos 60/70. Há, nos seus bons discos -ainda restritos ao circuito do rock alternativo-, referências a Serge Gainsbourg, Brigitte Bardot e Yoko Ono, do lado de lá, e Roberto Carlos e Mutantes, do lado de cá, e o kitsch de todos os lados (canta "Feelings", do falso gringo Morris Albert, "Babydoll de Náilon" e "O Elefante", de Robertinho do Recife).
No Ceará, Karine ainda trabalha como apresentadora do programa "Liquidificador", na TV União, sobre o mundo alternativo, e assina uma coluna em jornal local. "Por ali, queriam mais uma cantora do tipo Maria Rita ou Marisa Monte. Fui ignoradíssima", afirma a cantora, que conclui: "Não sou colonizada".
Nas apresentações que faz em SP e no Curitiba Rock Festival -onde toca no mesmo dia do Mercury Rev e Raveonettes-, Karine vai contar com a presença de apenas um músico no palco, Fê Pinatti (do eletrônico Bojo), com quem desenvolve canções novas a serem lançadas em EP até o fim do ano (além de DVD). Entre elas, "Meu Nome É Igual", um "manifesto neoneotropicalista" -perfeito para "uma celebridade que ninguém conhece".


Karine Alexandrino
Onde:
Funhouse (r. Bela Cintra, 567, SP, tel. 0/xx/11/3259-3793; amanhã, a partir da 1h30; R$ 7 a R$ 10); dom., no Curitiba Rock Festival (info: www.curitibarockfestival.com); qua. (dia 28), no Milo Garage (r. Minas Gerais, 203 A, SP, tel. 0/ xx/ 11/3129-8027; R$ 10) e sex. (dia 30), no Vegas (r. Augusta, 765, SP, tel. 0/xx/ 11/ 3231-3705; R$ 15 a R$ 30)


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