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MÚSICA
Cantora e performer cearense faz shows na cidade
Karine Alexandrino apresenta o "neoneotropicalismo" a São Paulo
BRUNO YUTAKA SAITO
DA REPORTAGEM LOCAL
A cantora Karine Alexandrino
veio do Ceará para se jogar em
São Paulo. Caída na rua, faz a performance "Mulher Tombada",
em que ela literalmente se esparrama pelo chão. Homenagem à
cidade onde as pessoas mais se
"tombam" (do verbo "tombar",
gíria gay/moderna para o ato de
falar mal de algo ou alguém)?
"É porque, lá no Ceará, as pessoas querem me derrubar o tempo todo. Já estou prevenida, então
eu mesma caio em vários lugares", afirma Karine, 28, com certa
mania de perseguição. Não por
acaso, seu segundo e mais recente
disco chama-se "Querem Acabar
Comigo, Roberto" (independente; distribuição Tratore, de 2004).
Diz, no entanto, que há, sim,
certa patrulha ideológica por não
fazer música com influências regionais ou fusões. Karine, 25 (a
personagem), encarna personagens para si mesma (Zelda, Producta) e vai fundo na viagem que
faz aos anos 60/70. Há, nos seus
bons discos -ainda restritos ao
circuito do rock alternativo-, referências a Serge Gainsbourg, Brigitte Bardot e Yoko Ono, do lado
de lá, e Roberto Carlos e Mutantes, do lado de cá, e o kitsch de todos os lados (canta "Feelings", do
falso gringo Morris Albert, "Babydoll de Náilon" e "O Elefante", de
Robertinho do Recife).
No Ceará, Karine ainda trabalha
como apresentadora do programa "Liquidificador", na TV
União, sobre o mundo alternativo, e assina uma coluna em jornal
local. "Por ali, queriam mais uma
cantora do tipo Maria Rita ou Marisa Monte. Fui ignoradíssima",
afirma a cantora, que conclui:
"Não sou colonizada".
Nas apresentações que faz em
SP e no Curitiba Rock Festival
-onde toca no mesmo dia do
Mercury Rev e Raveonettes-,
Karine vai contar com a presença
de apenas um músico no palco, Fê
Pinatti (do eletrônico Bojo), com
quem desenvolve canções novas a
serem lançadas em EP até o fim
do ano (além de DVD). Entre elas,
"Meu Nome É Igual", um "manifesto neoneotropicalista" -perfeito para "uma celebridade que
ninguém conhece".
Karine Alexandrino
Onde: Funhouse (r. Bela Cintra, 567, SP,
tel. 0/xx/11/3259-3793; amanhã, a partir
da 1h30; R$ 7 a R$ 10); dom., no Curitiba
Rock Festival (info: www.curitibarockfestival.com); qua. (dia 28), no Milo
Garage (r. Minas Gerais, 203 A, SP, tel. 0/
xx/ 11/3129-8027; R$ 10) e sex. (dia 30),
no Vegas (r. Augusta, 765, SP, tel. 0/xx/
11/ 3231-3705; R$ 15 a R$ 30)
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