São Paulo, sexta-feira, 22 de setembro de 2006

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THIAGO NEY

Franz, boy bands e Rother

Banda escocesa faz música pop como ninguém e sabe que, ao vivo, o público está atrás de entretenimento
Só mais duas coisas sobre o que o Franz Ferdinand fez no Motomix, no sábado passado: 1) só o Daft Punk periga tirar deles o título de show do ano; 2) são a perfeita encarnação roqueira das boy bands.
Boy band no melhor sentido do termo, claro. Com apenas dois discos nas costas, o Franz Ferdinand já é artista profissional, sabe que o público não quer apenas música -quer também entretenimento.
No palco, os quatro agem como uma unidade sólida e entrosada: Alex Kapranos, o vocalista, não aparece mais do que os outros; Nick McCarthy utiliza sua guitarra apenas para os acordes necessários; e ambos baterista e baixista parecem saber que, sem eles, o grupo não anda. O visual é pensado com capricho -retrô, mas sem exageros; camisas e calças justas, tão sexies quanto os movimentos de palco de Kapranos.
Ele faz o público levantar os braços e bater palmas, enquanto McCarthy vai às laterais do palco para ficar um pouco mais perto do público.
Com o sucesso do segundo álbum, poderiam cair na tentação de deixar de lado algumas das canções que se transformaram em hits -mas não; grande parte do público quer ouvir "Take Me Out", "The Dark of the Matinée", "This Fire", "Michael", e é isso o que eles ganham.
As músicas, tanto as novas como as velhas, são construídas em cima de melodias assobiáveis, redondas -o Franz não tem a preocupação em soar experimental, inovador, o que seja. Sabem que são uma banda pop e que o público quer espetáculo. E isso eles fazem como ninguém.

 

Espetáculo é coisa pouco encontrada em apresentações ao vivo de eletrônica. Produtores transformam seus laptops em estúdio e ficam com os olhos no monitor -sobra pouco espaço para o entretenimento. Com o alemão Anthony Rother, é diferente. Ele viaja com duas toneladas de equipamentos, entre teclados, sintetizadores e samples. Pretende recriar, num clube, a mesma atmosfera de seu estúdio. Nome máximo do electro, Rother tocou no palco principal do Skol Beats no ano passado. Hoje ele se apresenta no Lov.e (r. Pequetita, 189, SP; tel. 0/xx/11/3044-1613; R$ 80); amanhã, na festa Recycled, no Rio. Não deixe de vê-lo.

thiago@folhasp.com.br

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