|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Música
The Bad Plus incomoda os "puristas" do jazz
Atração do Tim Festival, trio norte-americano mescla influências de rock e pop
Irreverência coloca o The Bad Plus na mesma escola sonora do pianista Brad Mehldau e do guitarrista Kurt Rosenwinkel
CARLOS CALADO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Eles recriam hits de bandas
como Nirvana, Rush e Blondie,
mas reivindicam seu lugar na
cena do jazz. Atração do Tim
Festival (dia 29/10, no Rio de
Janeiro) e do Bourbon Street
(30/10, em São Paulo), o trio
norte-americano The Bad Plus
tem causado polêmica: os fãs e
críticos mais ortodoxos do jazz
o rejeitam por causa de sua ligação com o rock.
"O que nós tocamos vem de
um forte amor pelo jazz e de
um comprometimento real
com a música em geral", afirma
o baixista Reid Anderson, falando à Folha por telefone, de
Nova York. "Sinceramente,
sentimos que nossa música
também faz parte da tradição
jazzística."
Anderson toca com o baterista David King desde a época
em que cursavam o primeiro
grau, em Minneapolis, onde
participaram de várias bandas
de rock. O The Bad Plus nasceu
ao conhecerem o pianista
Ethan Iverson, quando já viviam em Nova York, no final
dos anos 90.
"Antes de tudo, queríamos
formar uma banda sem líder e
acompanhantes", diz Anderson, explicando que o espírito
da livre expressão foi essencial
na criação do trio. "Queríamos
um grupo em que todos pudéssemos ser nós mesmos, sem
que um precisasse se adaptar
ao conceito musical de outro."
Essa liberdade, acompanhada por boas doses de irreverência e barulho, já era evidente
em "The Bad Plus", o álbum independente que o trio lançou
em 2000. Deu certo: um inesperado contrato com a Columbia/Sony rendeu a gravação
dos álbuns "These Are the Vistas" (2003), "Give" (2004) e
"Suspicious Activity?" (2005).
"Com o apoio da gravadora
conseguimos uma exposição
que seria difícil de obter de outro modo, mas não estamos
mais com a Columbia", admite
Anderson, contando que o trio
já está finalizando seu próximo
álbum. Entre as novas versões
de hits do pop e do rock, estão
"Live and Let Die" (Paul
McCartney), "Everybody
Wants to Rule the World"
(Tears For Fears) e "Tom Sawyer" (Rush).
O baixista vê uma certa tendência ao conservadorismo na
cena atual do jazz, mas acha
que o pianista Brad Mehldau, o
guitarrista Kurt Rosenwinkel
e, claro, o The Bad Plus desafiam essa tendência. "Há muita
música nova e fresca rolando
por aí."
THE BAD PLUS
Quando: dias 29 (Rio) e 30/10 (SP)
Onde: Na Marina da Glória (informações pelo 0800-741-4141) e no Bourbon Street (0/xx/11/5095-6100)
Quanto: R$ 80 (ingressos pelo site www.ticketmaster.com.br) e R$ 95
Texto Anterior: Thiago Ney: Franz, boy bands e Rother Próximo Texto: CDs Índice
|