São Paulo, sexta-feira, 22 de setembro de 2006

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Música

The Bad Plus incomoda os "puristas" do jazz

Atração do Tim Festival, trio norte-americano mescla influências de rock e pop

Irreverência coloca o The Bad Plus na mesma escola sonora do pianista Brad Mehldau e do guitarrista Kurt Rosenwinkel


CARLOS CALADO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Eles recriam hits de bandas como Nirvana, Rush e Blondie, mas reivindicam seu lugar na cena do jazz. Atração do Tim Festival (dia 29/10, no Rio de Janeiro) e do Bourbon Street (30/10, em São Paulo), o trio norte-americano The Bad Plus tem causado polêmica: os fãs e críticos mais ortodoxos do jazz o rejeitam por causa de sua ligação com o rock.
"O que nós tocamos vem de um forte amor pelo jazz e de um comprometimento real com a música em geral", afirma o baixista Reid Anderson, falando à Folha por telefone, de Nova York. "Sinceramente, sentimos que nossa música também faz parte da tradição jazzística."
Anderson toca com o baterista David King desde a época em que cursavam o primeiro grau, em Minneapolis, onde participaram de várias bandas de rock. O The Bad Plus nasceu ao conhecerem o pianista Ethan Iverson, quando já viviam em Nova York, no final dos anos 90.
"Antes de tudo, queríamos formar uma banda sem líder e acompanhantes", diz Anderson, explicando que o espírito da livre expressão foi essencial na criação do trio. "Queríamos um grupo em que todos pudéssemos ser nós mesmos, sem que um precisasse se adaptar ao conceito musical de outro."
Essa liberdade, acompanhada por boas doses de irreverência e barulho, já era evidente em "The Bad Plus", o álbum independente que o trio lançou em 2000. Deu certo: um inesperado contrato com a Columbia/Sony rendeu a gravação dos álbuns "These Are the Vistas" (2003), "Give" (2004) e "Suspicious Activity?" (2005).
"Com o apoio da gravadora conseguimos uma exposição que seria difícil de obter de outro modo, mas não estamos mais com a Columbia", admite Anderson, contando que o trio já está finalizando seu próximo álbum. Entre as novas versões de hits do pop e do rock, estão "Live and Let Die" (Paul McCartney), "Everybody Wants to Rule the World" (Tears For Fears) e "Tom Sawyer" (Rush).
O baixista vê uma certa tendência ao conservadorismo na cena atual do jazz, mas acha que o pianista Brad Mehldau, o guitarrista Kurt Rosenwinkel e, claro, o The Bad Plus desafiam essa tendência. "Há muita música nova e fresca rolando por aí."


THE BAD PLUS
Quando:
dias 29 (Rio) e 30/10 (SP)
Onde: Na Marina da Glória (informações pelo 0800-741-4141) e no Bourbon Street (0/xx/11/5095-6100)
Quanto: R$ 80 (ingressos pelo site www.ticketmaster.com.br) e R$ 95


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