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Cena de Freud atesta que "filme está vivo"
DA REPORTAGEM LOCAL
O recém-afastado assessor
da Secretaria Particular de
Luiz Inácio Lula da Silva
Freud Godoy está na cena de
abertura de "Entreatos".
"A primeira palavra dita
pelo Lula é dita para o
Freud", observa o diretor
João Moreira Salles. "Neste
sentido é um filme vivo."
Vivo porque os personagens secundários de "Entreatos" ganham novos contornos conforme se sucedem
as crises do governo Lula.
Godoy é um dos pivôs da
atual turbulência, que envolve a negociação de um dossiê
contra o candidato tucano ao
governo paulista, José Serra.
Embora inaugure "Entreatos", no filme, Godoy não é
mais do que um personagem
secundário. O co-protagonista do documentário, na
opinião de Salles, é o ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu.
"Dirceu aparece duas, três
vezes no filme. Mas tem uma
presença muito forte, que reflete o peso e a autoridade
que ele tinha dentro do PT e
sua desconfiança saudável
em relação ao desvario de
deixar uma equipe independente filmar aquela campanha", afirma o diretor.
A "desconfiança" de Dirceu está explícita na cena em
que ele interpela Gilberto
Carvalho sobre a presença de
Salles e sua equipe, numa
reunião para discussão das
estratégias da campanha.
Carvalho esclarece que
Lula está ciente do documentário e assevera sua confiança na equipe. Dirceu cita
as informações que possui
"da outra campanha", para
argumentar que não há garantia de confiabilidade.
"Ele era o princípio de realidade. Os outros estavam no
princípio do prazer", diz Salles. As negociações diárias
para as filmagens de "Entreatos" eram feitas com o
marqueteiro Duda Mendonça e com Gilberto Carvalho,
eventualmente com "Palocci
e Luiz Dulci e nunca com
Dirceu", segundo Salles.
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