São Paulo, sexta-feira, 22 de setembro de 2006

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Cena de Freud atesta que "filme está vivo"

DA REPORTAGEM LOCAL

O recém-afastado assessor da Secretaria Particular de Luiz Inácio Lula da Silva Freud Godoy está na cena de abertura de "Entreatos".
"A primeira palavra dita pelo Lula é dita para o Freud", observa o diretor João Moreira Salles. "Neste sentido é um filme vivo."
Vivo porque os personagens secundários de "Entreatos" ganham novos contornos conforme se sucedem as crises do governo Lula.
Godoy é um dos pivôs da atual turbulência, que envolve a negociação de um dossiê contra o candidato tucano ao governo paulista, José Serra.
Embora inaugure "Entreatos", no filme, Godoy não é mais do que um personagem secundário. O co-protagonista do documentário, na opinião de Salles, é o ex-ministro da Casa Civil e deputado cassado José Dirceu.
"Dirceu aparece duas, três vezes no filme. Mas tem uma presença muito forte, que reflete o peso e a autoridade que ele tinha dentro do PT e sua desconfiança saudável em relação ao desvario de deixar uma equipe independente filmar aquela campanha", afirma o diretor.
A "desconfiança" de Dirceu está explícita na cena em que ele interpela Gilberto Carvalho sobre a presença de Salles e sua equipe, numa reunião para discussão das estratégias da campanha.
Carvalho esclarece que Lula está ciente do documentário e assevera sua confiança na equipe. Dirceu cita as informações que possui "da outra campanha", para argumentar que não há garantia de confiabilidade.
"Ele era o princípio de realidade. Os outros estavam no princípio do prazer", diz Salles. As negociações diárias para as filmagens de "Entreatos" eram feitas com o marqueteiro Duda Mendonça e com Gilberto Carvalho, eventualmente com "Palocci e Luiz Dulci e nunca com Dirceu", segundo Salles.


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