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CRÍTICA
A verdade de "O Sexto Sentido" está onde menos se espera
LÚCIO RIBEIRO
Editor-adjunto da Ilustrada
Não leia este texto.
Aliás, enquanto o apavorante
"O Sexto Sentido" não estiver
diante de seus olhos, na escuridão
do cinema, não chegue perto de
qualquer coisa que diga respeito
ao filme.
Quando o assunto for o novo
thriller psicológico estrelado por
Bruce Willis e você ainda não o tiver visto, se afaste dos amigos,
da(o) namorada(o), da Internet,
com o propósito de não ter a mínima pista do final antológico que
reserva esta produção independente agora ultramilionária.
Você ainda está lendo? Pois
bem.
"O Sexto Sentido" é um filme
impressionante. Impressionante
de bom e impressionante de impressionante, mesmo.
Aqui, Bruce Willis abandona a
camiseta regata branca e a dura
vida de super-herói para interpretar um psicanalista infantil, casado e feliz, que no dia em que recebe destacado prêmio por seu trabalho é visitado por um paciente
perturbado.
O sujeito afirma que o psicanalista arruinou sua vida na infância
e quer acertar as contas. Mete
uma bala na barriga de Willis e
outra na própria cabeça.
No outono seguinte, Willis é um
outro homem. Tenta se recuperar
do trauma, seu casamento está
acabado e sua carreira brilhante já
era. Até que ele visita um garoto
de 8 anos com um certo probleminha.
A situação do garoto não é fácil:
sempre assustado, vive rezando
na igreja, é tido como "o estranho" na escola e até a mãe acha
que ele não bate bem.
Depois de muito relutar, ele resolve desabafar para o nosso amigo e seu psicanalista Willis: "Eu
vejo pessoas mortas".
Willis vê no menino a ressurreição de sua carreira. E vai tentar
ajudá-lo a encarar essa gente do
além.
Mais da trama não dá para entregar.
"O Sexto Sentido" é outro filme
independente que aborda o terror
e virou fenômeno de bilheteria
(em dez semanas, já arrecadou
mais de US$ 235 milhões e só perde, no ano, para a prequela de
"Star Wars").
Só que, enquanto "A Bruxa de
Blair" explora o medo do desconhecido, do que não se vê, em "O
Sexto Sentido" dá para ver direitinho as "coisas" que apavoram o
menino e deixam as pessoas no
cinema com o pescoço gelado,
afundadas na poltrona.
Outra coisa que assombra no
filme é a excelente interpretação
do rapazinho Haley Joel Osment,
na verdade com 11 anos, que ainda mais novo fez o filho de Tom
Hanks em "Forrest Gump".
A cara de desamparado e a voz
rouca e sofrida do menino são de
fazer o mais cético acreditar que
ele vê fantasmas até na vida real.
Segundo o tititi inicial a respeito
do Oscar 2000, que já corre solto
em Hollywood, Osment já é o favorito ao prêmio de ator coadjuvante, disparado.
As apostas dão conta ainda que
o troféu de melhor roteiro original vai para as mãos do novato roteirista e diretor M. Night Shyamalan, que só com "O Sexto Sentido" saiu da categoria de "ninguém" para a de "um dos mais
bem pagos cineastas de toda a
América".
O fato é que "O Sexto Sentido" é
mesmo um filmaço. Chapado pelo final, você vai ter vontade de assisti-lo de novo, para conferir como certas passagens tão reveladoras passaram despercebidas, de
tão bem construídas.
Se der, volte ainda a este texto.
Ele entrega o final.
Avaliação:
Filme: O Sexto Sentido
Produção: EUA, 1999
Direção: M. Night Shyamalan
Com: Bruce Willis, Haley Joel Osment,
Toni Collette
Quando: Belas Artes Oscar Niemeyer,
Eldorado 4, Ipiranga 2, Astor, Center
Iguatemi 1, Metrô Tatuapé 1 e circuito
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