|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
POPLOAD
Britpop volta a ser lei
LÚCIO RIBEIRO
COLUNISTA DA FOLHA
Olha ele aí! No paralelo da
grande movimentação de
bandas babies que chacoalha o
Reino Unido e além-mar, o velho
britpop ressurgiu das cinzas. O
britpop, tal qual o conhecíamos,
ressuscitou. Parece que o ótimo
guitarrista Graham Coxon vai
voltar para o Blur, depois que foi
forjado um encontro amistoso
com o ex-desafeto Damon Albarn. E o Blur recomposto volta a
ser uma superbanda.
O amado grupo galês Manic
Street Preachers volta encantado
com o single "The Love of Richard Nixon", lançado nesta semana em três versões. A priori esquisita ("o que aconteceu com os
Manics?"), a música vai conquistando com sua letra forte ("Ah,
the love of Richard Nixon/ death
without assasination /The love of
Richard Nixon/ yeah they all betrayed you") e sua levada tipo... A-Ha. Delícia.
Num caso mais, hã, "nosso", a
voz de Noel Gallagher, o dono do
fundamental Oasis, ecoou pelo
vale do Pacaembu, aqui pertinho,
na noite de anteontem. Parecia ter
saído da boca de um anão de filme
do David Lynch. Foi quando a dupla inglesa Chemical Brothers
desconstruiu aqui pertinho um
próprio hit seu, "Setting Sun",
que tem o vocal convidado do
guitarrista do Oasis. Medo.
A contribuição Pulp para essa
ressurgência do britpop da classe
de 1995 vem no cinema. Foi anunciado que o adorado Jarvis Cocker vai escrever toda a trilha sonora do próximo filme do Harry
Potter, o quarto. Ainda, Cocker
emprestará sua cara de dândi inglês para uma cena deste "Harry
Potter e o Cálice de Fogo", em
participação ainda a ser definida.
Da segunda geração do britpop,
o Travis vê nas próximas semanas
o lançamento de uma coletânea
intitulada "Travis: Singles", um
embrulho do melhor que a banda
construiu no reino das músicas
singelas. O CD vem com um DVD
que trará todos os clipes da banda, incluindo o cover de "One
More Time", música original da...
Britney Spears. As imagens de
"One More Time" são tiradas de
um programa da VH1, canal americano de música.
No estilo Coxon-Albarn, uma
outra reunião de ex-amigos-inimigos é mais do que oficial: o andrógino vocalista Brett Anderson
retorna às boas com o guitarrista
Bernard Butler. Eles formaram
uma nova banda, além do Suede.
Com o nome The Tears, a dupla
anunciou que o primeiro disco da
parceria sai em março.
O Suede, grupo que despertava
paixão incontrolável mesmo estando fora da tríade de sustentação da febre britpop (Oasis-Blur-Pulp), ainda comove, inclusive no
Brasil. Leitor desta coluna, Eduardo Palandi recém-entregou à
banca examinadora da Faculdade
de Direito do Centro Universitário Unisal sua monografia, cujo título era "O ICMS e a Reforma Tributária".
Na lista de agradecimentos, entre familiares e professores, está
Brett Anderson e sua banda, o
Suede, "por trazer palavras quando simplesmente não as tinha".
Para muita gente, o britpop ainda é lei.
Furou!
Desfalque sério na temporada
de grandes shows internacionais
que "globalizam" o Brasil. O veterano grupo MC5, hoje dkt/MC5,
não vem mais para o Festival
Goiânia Noise, que acontece no final de novembro na capital de
Goiás. A seminal banda de Wayne
Kramer, foi anunciado, faria show
único no país e talvez o derradeiro
de sua volta, mas a apresentação
foi cancelada por problemas financeiros.
lucio@uol.com.br
Texto Anterior: Mônica Bergamo Próximo Texto: "Wimbledon": Diálogo de gêneros é sedutor em filme-produto com sotaque inglês Índice
|