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BARULHO
Show incomoda moradores do Pacaembu
DA REPORTAGEM LOCAL
O barulho do show do Chemical Brothers, realizado na noite de
anteontem, no estádio do Pacaembu, incomodou moradores
da região. O espetáculo teve início
às 22h20 e terminou à meia-noite.
A atriz Ruth Escobar, que mora
perto do local, disse que sua casa
"quase tremia" e que não conseguia dormir. "O barulho é infernal. Vou sugerir aos moradores o
não pagamento do IPTU [Imposto Predial e Territorial Urbano].
Quem sabe assim a prefeitura não
decide olhar para o problema."
O ruído perturbou pessoas que
moram próximo à avenida Angélica, em Higienópolis, e em Perdizes, segundo Iênidis Benfati,
coordenadora-geral da associação Viva Pacaembu por São Paulo. "Muita gente acordou assustada. As janelas tremiam."
"Foi tão horrível que acordei
achando que era trovoada. Nunca
houve barulho assim", disse Beatriz Costa Tsukamoto, que mora
perto da rua Cardoso de Almeida
(Perdizes) e preside a Associação
dos Moradores e Amigos do Pacaembu, Perdizes e Higienópolis.
Segundo as moradoras, o problema é que o Pacaembu fica num
vale, o que transforma o local numa "concha acústica natural".
"Isso gera um eco que atinge ruas
distantes do estádio", diz Benfati.
Ela afirma que os shows chegam
a cem decibéis, sendo que a lei para a região permite 50 à noite. "O
Pacaembu tem vocação para
eventos esportivos, e seu uso está
sendo deturpado. Não há preparação acústica para espetáculos."
O estádio, público, foi cedido
pela prefeitura para o show. A
Nokia, que promoveu o evento,
afirmou por meio de sua assessoria que todas as normas estipuladas pelos órgãos públicos foram
seguidas, como término até meia-noite e público até 32 mil (foram
28 mil pagantes). Procurada pela
Folha, a Secretaria Municipal das
Subprefeituras não comentou o
assunto até o fechamento desta
edição.
(LAURA MATTOS)
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