São Paulo, sábado, 22 de outubro de 2011

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros Filmes e exposição revelam o universo lírico de Paradjanov 35ª MOSTRA DE SP Evento reúne 60 obras do diretor nascido na Geórgia e perseguido pela URSS Proibido de filmar por 15 anos, cineasta direcionou espírito criativo para desenhos, colagens e objetos GABRIELA LONGMAN DE SÃO PAULO Quando esteve na Armênia, há mais de dois anos, Leon Cakoff visitou o museu dedicado ao cineasta Sergei Paradjanov (1924-1990). Impressionado com o que viu (cerca de 1.500 obras, entre desenhos, colagens, figurinos, objetos de cena, marionetes reunidos num casarão), o criador da Mostra de SP começou então as articulações para trazer um pouco do universo do cineasta à cidade. E trouxe. Até o fim de novembro, o MIS abriga 60 obras desse conjunto, expostas em três salas. São especialmente colagens feitas entre 1968 e 1983, período em que o diretor foi impedido de filmar, perseguido pelo governo soviético e por duas vezes preso -sua personalidade extravagante e o sensualismo de seus filmes não eram recebidos com bons olhos. "Privado de produzir, Paradjanov jogou todas as suas forças em seus desenhos e colagens. Para ele, as obras eram como filmes comprimidos", explicou o diretor do Museu Paradjanov e curador da exposição, Zaven Sargsyan, durante sua passagem por São Paulo. Amigo do cineasta por muitos anos, ele lembra que foi um desejo do próprio Paradjanov ter suas obras numa instituição na Armênia. Pois que a geografia de Paradjanov é complexa: de origem armena, nasceu em Tbilisi, na Geórgia, viveu por muitos anos na Ucrânia e teve amigos espalhados pela Europa -na exposição há uma carta que recebeu de Fellini e uma obra que dedicou à mulher do poeta francês Louis Aragon. Uma retrospectiva dentro da Mostra exibe nove filmes seus, de "Sombras dos Ancestrais Esquecidos" (1965) até os que fez no fim da vida, como "O Trovador Kerib" (1988). O documentário "Sergei Paradjanov, o Rebelde" pode ser um bom primeiro contato com um diretor, que, ao contrário de Eisenstein ou Tarkovski, continua pouco conhecido no país. PARADJANOV, O MAGNÍFICO QUANDO de ter. a sáb., das 12h às 22h; até 20/11 ONDE Museu da Imagem e do Som (av. Europa. 158, tel. 0/xx/11/2117-4777) QUANTO grátis Texto Anterior: Painel das letras Próximo Texto: Longa une esporte e política para discutir Israel e Palestina Índice | Comunicar Erros

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