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São Paulo, sábado, 22 de novembro de 2003

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FILMES E TV PAGA

As 1.001 Noites
SBT, 14h20.
  
(Arabian Nights). EUA, 2000. Direção: Steve Barron. Com Mili Avital, Alan Bates. Entre contar bem uma história e morrer, Scherazade opta pela primeira hipótese e começa a narrar as fantásticas aventuras que deixam o sultão completamente curioso do que virá a seguir. Feito para TV e conferível.

Congo
Globo, 16h10.
  
EUA, 95, 108 min. Direção: Frank Marshall. Com Laura Linney, Dylan Walsh. Cientista (Walsh), caçador de diamantes e mercenário acompanham ex-agente da CIA pelo interior da África, onde ela tenta encontrar seu noivo, que desapareceu ao procurar uma mina de diamantes. Simples assim.

Studio 54
Globo, 23h10.
  
(54). EUA, 98, 92 min. Direção: Mark Christopher. Com Ryan Phillippe, Salma Hayek. Evocação da era disco, a partir da discoteca Studio 54 e, mais especificamente, de quatro jovens em busca de sucesso. Inédito.

Cadáveres Ilustres
SBT, 0h.
  
(Falcone). Itália/EUA, 99. Direção: Ricky Tognazzi. Com Chazz Palminteri, F. Murray Abraham. Falcone é o juiz que indicia o mafioso Tommaso Buscetta e abre brecha no poder da Máfia. Vale ao menos o assunto. Mas os atores também são fortes. No mais, o filme é dirigido pelo filho de Ugo Tognazzi.

Intriga Sexual
Bandeirantes,1h.
 
(Deadly Charades). EUA, 96, 92 min. Direção: Delley Cauthen. Com Leslie Kay Sterling, Julie Hughes. Namorados envolvem-se em jogos amorosos que alimentam mais um "erotic thriller" bom antes de tudo para fazer dormir.

O Maior Caso de Sherlock Holmes
SBT, 2h10.
   
(Sherlock Holmes). EUA, 81, 147 min. Direção: Peter H. Hunt. Com Frank Langella, George Morfogen. Adaptação de peça de William Gillette em que o professor Moriarty (Morfogen) arma plano engenhoso para se vingar do velho desafeto. Escapar das armadilhas será uma das atividades centrais de Holmes, neste filme feito para TV em que o que mais se destaca é a atuação de Langella como Sherlock.

Justiça Cega
Globo, 3h05.
    
(Internal Affairs). EUA, 90, 114 min. Direção: Mike Figgis. Com Richard Gere, Andy Garcia. Figgis ficaria famoso mais tarde, quando "Despedida em Las Vegas" concorreu ao Oscar. Mas seu talento já estava neste filme complexo sobre policial do departamento de assuntos internos (Garcia) que investiga Richard Gere. De suspeito, Gere evolui para o francamente perigoso.

Darkman 3 - Enfrentando a Morte
SBT, 4h25.
 
(Darkman 3: Die Darkman Die). EUA, 95, 87 min. Direção: Bradford May. Com Jeff Fahey, Darlanne Fluegel. O vilão Rooker serve-se da fraqueza financeira de Darkman e, com a ajuda de uma bela cientista do mal, tira uma amostra de seu sangue, a fim de produzir droga que absorva o poder de Darkman. Sequência com o personagem criado originalmente por Sam Raimi que não despertou grandes paixões. Só para SP. (IA)


"Cidade Oculta" aponta a reviravolta dos anos 80

INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"A Imagem Fria" é um belo livro escrito por Tales A.M. Ab'Saber a respeito da geração de cineastas paulistas dos anos 80 e publicado pela Ateliê Editorial. Seu eixo é a idéia de que esses cineastas representam "a última reviravolta no amplo ciclo do cinema moderno brasileiro".
Em linhas gerais, esses filmes retomarão o ideário tecnocrático da Companhia Vera Cruz: ""Como fazer" passou a ser a questão central da produção (...), substituindo o trágico "o que fazer?" cinema novista. A técnica passou a ocupar o centro da atividade".
Um dos filmes analisados é "Cidade Oculta", de Chico Botelho, e Botelho é visto no livro como o grande ideólogo desse movimento, dessa reviravolta. É pela via do perfeccionismo técnico que esse cinema "tomou o rumo dos desejos abstratos de um mercado que nunca existiu".
E aqui, talvez, esteja o centro da tese: busca-se fazer cinema para o mercado, mas esse mercado simplesmente não existe. Para tanto, "abriu-se mão de todas as formas de operar o cinema na cultura que não fosse o desejo de fazer filmes "bem-feitos'". Para Saber, esse mercado é um fantasma, até porque determinado por outras variáveis que não os filmes ou sua hipotética qualidade.
Para concordar ou discordar, o livro está aí e é, para dizer o mínimo, bastante provocativo, pois, ampliando um pouco o campo de pesquisa, veríamos que o cinema pós-Collor, o cinema dito da retomada, não abandonou os anseios pioneiros dos então jovens cineastas paulistas, mas, pelo contrário, aprofundou-os de maneira quase demencial.
Hoje já temos "qualidade". O fantasma do mercado e o fantasma dos cineastas se encontraram. Todos estamos felizes. Mas a verdade do cinema está em Portugal, na China, em Israel, no Irã. E não aqui, porque bilheteria é bilheteria, não é redenção.


CIDADE OCULTA. Quando: hoje, às 21h, no Canal Brasil.


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