|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros
CRÍTICA ROCK
Smashing Pumpkins retorna ousado a SP
Grupo fez show em festival anteontem com músicas novas e pouco conhecidas, evitando hits dos anos 90
ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA
Em entrevistas, Billy Corgan tem dito que a mais recente encarnação do Smashing Pumpkins, em que ele é
o único membro original,
não é um projeto caça-níqueis que se limita a tocar velhos hits para saudosistas.
A julgar pelo show na madrugada de domingo, ele não
estava mentindo. Quem foi
ao Playcenter esperando um
desfile nostálgico de sucessos se surpreendeu. Corgan
fez um show intenso e pesado, com uma seleção ousada e cheia de faixas novas.
Nos anos 90, o Smashing
Pumpkins conseguiu criar
música que, embora derivativa, soava original. Corgan
nunca escondeu o fascínio
pelos sons épicos do "classic
rock" dos anos 70, especialmente o Led Zeppelin, e juntou a isso um senso de drama
típico das bandas góticas que
admira, como The Cure.
A influência do Led Zeppelin é tão forte que a banda até
emendou uma versão de
"Moby Dick", em que o baterista Mike Byrne, um monstro com cara de menino,
emulou John Bonham, o mítico batera do Zep.
Antes, Corgan havia tocado um trecho do hino norte-americano, o "Star Spangled
Banner", imitando Jimi Hendrix. Num festival tão cheio
de "modernidades", foi curioso ver uma banda apelando para truques tão velhos
quanto solos de bateria.
Corgan parecia à vontade.
Ao apresentar a banda, se
identificou como "Billy Ronaldinho". Tocou diversas
faixas de seu último trabalho, "Teargarden by Kaleidyscope", que está distribuindo de graça na internet,
e não deixou de fora hits como "Tonight Tonight", "Bullet with Butterfly Wings",
"Today" e "Ava Adore" (faltou "1979", claro).
No fim, Corgan parecia
emocionado. Ele acertou ao
abrir mão do caminho fácil
da sequência de hits. Embora
tenha desagradado a boa
parte do público, mostrou
aos fãs que não parou no
tempo. Força para ele.
SMASHING PUMPKINS
AVALIAÇÃO ótimo
Texto Anterior: Crítica rock: Lou Reed faz noite de som, fúria e dispersão Próximo Texto: Crítica pop: Mika apresenta misto de truques de mágica com micareta disco Índice | Comunicar Erros
|