São Paulo, segunda-feira, 22 de novembro de 2010

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CRÍTICA ROCK

Smashing Pumpkins retorna ousado a SP

Grupo fez show em festival anteontem com músicas novas e pouco conhecidas, evitando hits dos anos 90

ANDRÉ BARCINSKI
CRÍTICO DA FOLHA

Em entrevistas, Billy Corgan tem dito que a mais recente encarnação do Smashing Pumpkins, em que ele é o único membro original, não é um projeto caça-níqueis que se limita a tocar velhos hits para saudosistas.
A julgar pelo show na madrugada de domingo, ele não estava mentindo. Quem foi ao Playcenter esperando um desfile nostálgico de sucessos se surpreendeu. Corgan fez um show intenso e pesado, com uma seleção ousada e cheia de faixas novas.
Nos anos 90, o Smashing Pumpkins conseguiu criar música que, embora derivativa, soava original. Corgan nunca escondeu o fascínio pelos sons épicos do "classic rock" dos anos 70, especialmente o Led Zeppelin, e juntou a isso um senso de drama típico das bandas góticas que admira, como The Cure.
A influência do Led Zeppelin é tão forte que a banda até emendou uma versão de "Moby Dick", em que o baterista Mike Byrne, um monstro com cara de menino, emulou John Bonham, o mítico batera do Zep.
Antes, Corgan havia tocado um trecho do hino norte-americano, o "Star Spangled Banner", imitando Jimi Hendrix. Num festival tão cheio de "modernidades", foi curioso ver uma banda apelando para truques tão velhos quanto solos de bateria.
Corgan parecia à vontade.
Ao apresentar a banda, se identificou como "Billy Ronaldinho". Tocou diversas faixas de seu último trabalho, "Teargarden by Kaleidyscope", que está distribuindo de graça na internet, e não deixou de fora hits como "Tonight Tonight", "Bullet with Butterfly Wings", "Today" e "Ava Adore" (faltou "1979", claro).
No fim, Corgan parecia emocionado. Ele acertou ao abrir mão do caminho fácil da sequência de hits. Embora tenha desagradado a boa parte do público, mostrou aos fãs que não parou no tempo. Força para ele.


SMASHING PUMPKINS
AVALIAÇÃO ótimo




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