São Paulo, Quarta-feira, 22 de Dezembro de 1999


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RAGE AGAINST THE MACHINE
Revolta na prosperidade

SÉRGIO MALBERGIER
da Redação

Roqueiros do mundo, às lojas! Rage against the Machine, a banda mais engajada do planeta, acaba de lançar seu terceiro disco, "The Battle of Los Angeles", a melhor porrada sonora no ano do rap metal.
A explicação (freudiana) para tanta revolta veio na revista "Rolling Stone": Zack de la Rocha, 29, vocalista e letrista mexicano-americano, e Tom Morello, 35, guitarrista afro-americano, foram discriminados vexatoriamente na infância e adolescência em bairros brancos de classe média.
Na música, dão vazão para os traumas humilhantes, criando uma trilha visceral para os excluídos da prosperidade pós-industrial norte-americana.
O disco abre com "Testify" -Zack cuspindo imagens de bombas em Bagdá, júris dormentes, âncoras (de TV) insistentes. O "sistema" é tudo.
A esquerda dinossauro, que sempre torceu o nariz para o rock, ouvindo o disco, teria de rever a posição, se fosse capaz.
"Guerrilla Radio" traz pitadas funk dentro do metal e um refrão digno do MR-8: "Precisa começar em algum lugar, alguma hora, que melhor lugar que aqui, melhor momento que agora?". E depois vem o que pode ser o lema da próxima campanha do PT: "Nem o inferno inteiro pode nos deter agora!".
Política à parte, o disco já nasce raridade. Em oito anos de existência, "Battle" é só o terceiro CD do RATM. É um disco generoso, com 12 faixas dignas. Depois de mais de 30 anos gloriosos, o rock pode estar com os dias contados devido à sua velhice natural e do avanço da música eletrônica.
Mas o CD traz um desafiador aviso na contracapa: "Todos os sons feitos por guitarra, baixo, bateria e vocais". A batalha final ainda não está perdida.


Avaliação:     


Disco: The Battle of Los Angeles
Banda: Rage against the Machine
Gravadora: Sony
Quanto: R$ 20, em média


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