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RAGE AGAINST THE MACHINE
Revolta na prosperidade
SÉRGIO MALBERGIER
da Redação
Roqueiros do mundo, às lojas! Rage against the Machine, a
banda mais engajada do planeta, acaba de lançar seu terceiro
disco, "The Battle of Los Angeles", a melhor porrada sonora
no ano do rap metal.
A explicação (freudiana) para tanta revolta veio na revista
"Rolling Stone": Zack de la Rocha, 29, vocalista e letrista mexicano-americano, e Tom Morello, 35, guitarrista afro-americano, foram discriminados
vexatoriamente na infância e
adolescência em bairros brancos de classe média.
Na música, dão vazão para os
traumas humilhantes, criando
uma trilha visceral para os excluídos da prosperidade pós-industrial norte-americana.
O disco abre com "Testify"
-Zack cuspindo imagens de
bombas em Bagdá, júris dormentes, âncoras (de TV) insistentes. O "sistema" é tudo.
A esquerda dinossauro, que
sempre torceu o nariz para o
rock, ouvindo o disco, teria de
rever a posição, se fosse capaz.
"Guerrilla Radio" traz pitadas funk dentro do metal e um
refrão digno do MR-8: "Precisa
começar em algum lugar, alguma hora, que melhor lugar que
aqui, melhor momento que
agora?". E depois vem o que
pode ser o lema da próxima
campanha do PT: "Nem o inferno inteiro pode nos deter
agora!".
Política à parte, o disco já
nasce raridade. Em oito anos
de existência, "Battle" é só o
terceiro CD do RATM. É um
disco generoso, com 12 faixas
dignas. Depois de mais de 30
anos gloriosos, o rock pode estar com os dias contados devido à sua velhice natural e do
avanço da música eletrônica.
Mas o CD traz um desafiador
aviso na contracapa: "Todos os
sons feitos por guitarra, baixo,
bateria e vocais". A batalha final ainda não está perdida.
Avaliação:
Disco: The Battle of Los Angeles
Banda: Rage against the Machine
Gravadora: Sony
Quanto: R$ 20, em média
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