INÁCIO ARAUJO
CRÍTICO DA FOLHA

"Onde Começa o Inferno" (Cinemax, 13h) é um tratado sobre a precisão cinematográfica. A história é a de um xerife que, com a ajuda de um assistente alcoólatra, combate uma gangue de malfeitores.
O roteiro é, de resto, muito bom. Mas o essencial é como cada gesto parece estar no lugar e na hora certos. O modo como John Wayne segura seu rifle ou a maneira como os passos dele e de Dean Martin deixam-se sincronizar quase magicamente -coisas assim fazem deste filme de Howard Hawks um primor de equilíbrio.
Equilíbrio cuja prova surge no meio do filme, quando toda a ação se interrompe para que sejam cantadas duas músicas. E, mesmo submetida a essa prova, a ação prossegue impávida e o ritmo não é quebrado. O gênio, em cinema, é isso.


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