São Paulo, domingo, 23 de janeiro de 2005

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Paixão selvagem

Minissérie "Mad Maria" mistura romance com história da ferrovia Madeira-Mamoré

DANIEL CASTRO
COLUNISTA DA FOLHA

A Globo foi buscar inspiração no filme "Apocalipse Now", clássico de Francis Ford Coppola lançado em 1979, para gravar na selva amazônica a minissérie "Mad Maria", que estréia nesta terça.
Adaptação de Benedito Ruy Barbosa do romance homônimo de Márcio Souza, "Mad Maria" tem como pano de fundo a construção da ferrovia Madeira-Mamoré, em Rondônia, inaugurada em 1912. Uma história de romances que não se realizam, violência e um tanto de insanidade.
Inspirado no livro "No Coração das Trevas", de Joseph Conrad, "Apocalipse Now" narra a aventura de um militar que recebe, durante a Guerra do Vietnã, a missão de eliminar um ex-oficial que renegou a farda e se tornou "Deus" de uma tribo. Loucura.
"A gente se inspirou muito em "Apocalipse Now". Vimos o filme várias vezes para pegar o clima", conta Ricardo Waddington, 44, diretor-geral da minissérie. Nas gravações de cenas de lutas e sem falas, na floresta, a produção tocava "The End", da banda "The Doors", canção que abre o filme de Coppola.
Waddington também vê semelhança entre o personagem Finnegan (Fábio Assunção) e os do longa de Coppola. "Como no filme, o ambiente em "Mad Maria" transforma as pessoas. Finnegan é um médico americano que chega idealista, mas vai se transformando. Termina selva adentro, correndo atrás de Consuelo [Ana Paula Arósio]", diz o diretor.
As gravações na desativada Madeira-Mamoré geraram protestos de uma ONG, que acusa a Globo de ter retirado trilhos da ferrovia.
Na esteira da produção, estão sendo relançados três livros sobre a Madeira-Mamoré: o próprio "Mad Maria", "Trem-Fantasma", de Francisco Foot Hardman, e o histórico "A Ferrovia do Diabo", de Manoel Rodrigues Ferreira.


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