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Paixão selvagem
Minissérie "Mad Maria" mistura romance com história da ferrovia Madeira-Mamoré
DANIEL CASTRO
COLUNISTA DA FOLHA
A Globo foi buscar inspiração
no filme "Apocalipse Now", clássico de Francis Ford Coppola lançado em 1979, para gravar na selva amazônica a minissérie "Mad
Maria", que estréia nesta terça.
Adaptação de Benedito Ruy
Barbosa do romance homônimo
de Márcio Souza, "Mad Maria"
tem como pano de fundo a construção da ferrovia Madeira-Mamoré, em Rondônia, inaugurada
em 1912. Uma história de romances que não se realizam, violência
e um tanto de insanidade.
Inspirado no livro "No Coração
das Trevas", de Joseph Conrad,
"Apocalipse Now" narra a aventura de um militar que recebe, durante a Guerra do Vietnã, a missão de eliminar um ex-oficial que
renegou a farda e se tornou
"Deus" de uma tribo. Loucura.
"A gente se inspirou muito em
"Apocalipse Now". Vimos o filme
várias vezes para pegar o clima",
conta Ricardo Waddington, 44,
diretor-geral da minissérie. Nas
gravações de cenas de lutas e sem
falas, na floresta, a produção tocava "The End", da banda "The
Doors", canção que abre o filme
de Coppola.
Waddington também vê semelhança entre o personagem Finnegan (Fábio Assunção) e os do
longa de Coppola. "Como no filme, o ambiente em "Mad Maria"
transforma as pessoas. Finnegan é
um médico americano que chega
idealista, mas vai se transformando. Termina selva adentro, correndo atrás de Consuelo [Ana
Paula Arósio]", diz o diretor.
As gravações na desativada Madeira-Mamoré geraram protestos
de uma ONG, que acusa a Globo
de ter retirado trilhos da ferrovia.
Na esteira da produção, estão
sendo relançados três livros sobre
a Madeira-Mamoré: o próprio
"Mad Maria", "Trem-Fantasma",
de Francisco Foot Hardman, e o
histórico "A Ferrovia do Diabo",
de Manoel Rodrigues Ferreira.
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