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MÚSICA
Maior feira de distribuição e licenciamento de música independente no mundo começa amanhã, em Cannes
Brasileiros marcam presença no Midem
LEANDRO FORTINO
da Redação
A cidade que recebe o maior festival de cinema da Europa é também o local onde se realiza a maior
feira de distribuição e licenciamento do mercado de música independente mundial. A partir de
amanhã começa, no balneário de
Cannes, na França, a edição 99 do
tradicional Midem.
Este ano, o evento, que segue até
o dia 28 de janeiro, contará com a
apresentação de oito artistas brasileiros em uma noite intitulada
"Brazil, New Generation" (Brasil,
nova geração).
Na segunda-feira, sobem ao palco do Salle des Jeux Paulinho Moska, Verônica Sabino, Chico César,
Zeca Baleiro, Marcos Suzano, André Abujamra, Thaíde e DJ Hum e
Mundo Livre S/A, que encabeça os
shows das atrações nacionais.
A presença desses artistas servirá
como chamariz para a venda da
música brasileira no exterior, já
que o Midem concentra centenas
de representantes da imprensa
musical mundial, além de chefões
de pequenas e grandes gravadoras
e distribuidoras.
Em agosto do ano passado, na segunda edição da versão latina do
Midem, em Miami (EUA), o grupo
de samba mineiro Só pra Contrariar chegou a investir cerca de US$
250 mil para promover um grande
show e entupir de cartazes de seu
álbum em espanhol as ruas e lojas
de discos da cidade.
Essa verba ainda incluía mais de
4.500 credenciais estampadas com
a foto do vocalista Alexandre Pires,
que eram entregues a todos os participantes do evento. Detalhe: o
crachá não servia para nada além
de divulgar o grupo nos EUA.
Mas não são apenas os brasileiros que se aproveitam da feira para
mostrar sua música. Hoje à noite,
na festa de abertura que antecede o
primeiro dia do Midem, acontecerá a noite "Cool Sweden" (Suécia
legal), com shows de novos grupos
e cantores do país.
Paralelamente à feira e aos
shows, são organizadas palestras e
debates sobre temas referentes ao
mercado fonográfico mundial.
A discussão deve pegar nas conferências sobre a distribuição de
música pela Internet, assunto que
tem gerado fortes dores de cabeça
no maior mercado de discos do
planeta, o americano.
Serão realizadas duas palestras
sobre o assunto: uma sobre distribuição e outra sobre novas tecnologias e esquemas para acabar com
a pirataria on line.
A dance music, que ganhou reconhecimento ao gerar duas categorias novas no Grammy deste ano
(melhor artista dance e melhor remix), entrará em debate na palestra "Shows ao Vivo versus DJ: A
Música Eletrônica Deve Ser Tocada no Palco ou Ser Escutada?".
Existe uma preocupação, principalmente na Europa, sobre o fim
dos astros pop na música.
Eles estariam sendo substituídos
por artistas de música eletrônica
que não oferecem o mesmo apelo
comercial do pop, já que raramente mostram suas caras e frequentemente fazem projetos efêmeros,
que não conquistam um público
seguidor fiel, que é uma espécie de
"patrocinador" do pop.
Mesmo assim, a música eletrônica aumenta seu espaço na feira,
com direito a um espaço específico
voltado para selos e distribuidores
do estilo e a noites animadas por
DJs dos EUA e Europa.
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