São Paulo, sábado, 23 de janeiro de 1999

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Record relança Manoel de Barros

da Reportagem Local

A editora Record pretende relançar até abril, na abertura da Bienal de Livros do Rio de Janeiro, todos os volumes da obra do poeta mato-grossense Manoel de Barros, 82.
Até o final de 96, os livros de Manoel de Barros eram publicados pela antiga Civilização Brasileira. Com a aquisição da Civilização pela Record, faltava, segundo os novos editores, dar cara mais homogênea aos trabalhos anteriores.
Os relançamentos, todos com capas em tons pastéis, trazem ilustrações de diversos artistas e, às vezes, do próprio poeta.
É assim em "O Guardador de Águas", de 89, onde Manoel de Barros, como nas garatujas infantis, ilustra com um tosco personagem (seria um andarilho, frade franciscano, espantalho?) seus "Passos para a Transfiguração".
Os poemas e ilustrações confirmam o gosto de Manoel de Barros pelo simples, pelas "coisas" e pelos espíritos puros, sem esquecer a relação sensual com a palavra.
Como diz em um dos poemas de "O Guardador...": "Em passar sua vagínula sobre as pobres coisas do chão,/ a lesma deixa risquinhos líquidos.../ A lesma influi muito em meu desejo de gosmar sobre as palavras/ Neste coito com letras!". (CYNARA MENEZES)



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