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ESTILO
O mundo inteiro só vai fumar "habanos'
JOSIMAR MELO
especial para a Folha
Se é necessário mais algum pretexto para os amantes do bom charuto visitarem Cuba, aqui está ele:
o evento Habanos'99, que acontece de 22 a 26 de fevereiro em Havana. Trata-se de uma maratona de
cinco dias de conferências, debates, visitas a fábricas, além de jantares e outras atividades paralelas
(de turismo e cultura) sempre relacionadas aos charutos cubanos, os
melhores do mundo.
"Habanos en los Umbrales del
2000" ("habano" significa charuto
cubano) é o título dos seminários
que prometem contemplar todo tipo de assunto relacionado com o
esse ícone da cultura e da economia cubana.
As palestras abordarão aspectos
técnicos, agrícolas, artísticos, legais e gastronômicos ligados ao
charuto. Uma delas está a cargo do
consultor brasileiro especializado
nessa área, Cesar Adames -o tema de sua exposição, que acontece
no dia 24, é "A Viagem do Charuto
Através da Mídia".
Organizado sob os auspícios da
empresa estatal responsável pela
comercialização dos charutos cubanos, a Habanos S.A., o evento
prevê também algumas atividades
paralelas (veja quadro nesta página). É o caso da apresentação, no
teatro García Lorca, de um balé
criado pelo bailarino cubano Alberto Méndez.
Mas a atividade mais cobiçada
-e mais cara (custa US$ 500 se for
comprada isoladamente)- é a intitulada Ceia do Milênio, que acontece no dia 26 num salão da mítica
fábrica de El Laguito, uma antiga
mansão burguesa onde hoje são
produzidos os charutos mais caros
de Cuba, da marca Cohiba.
Para essa noitada está prometido
um grande banquete com vinhos de primeira. Mas
não é o que
costuma acontecer
-uma festa semelhante no início
do ano passado foi descrita por um
presente como tendo vinhos medíocres e pratos intragáveis. O que
não é de estranhar, dado o compreensivelmente limitado know-how existente no país em matéria
de recepções elegantes e gastronômicas.
Mesmo assim, o público parece
se importar pouco, pois costuma
delirar com o prato principal: os
charutos raros servidos antes e depois da refeição.
Na ceia deste ano, prevista para
2.000 pessoas, a grande atração são
dois charutos inéditos de marcas
consagradas, que serão lançados
no evento e experimentados em
primeira mão no jantar: o Cohiba
no formato torpedo e o Montecristo no formato robusto.
Outro atrativo da noite: o sorteio
de um exemplar do já mítico humidor (caixa de charuto climatizada) Millennium. Produzida em
apenas 21 unidades (assinadas por
Fidel Castro), vendida pelo preço
de US$ 100 mil, a caixa contém
2.000 charutos compreendendo 20
marcas e 185 bitolas.
Eventos desse tipo têm tido o
dom de atrair aficionados de todo
o mundo (especialmente da Europa, onde se concentra o maior
mercado de charutos cubanos -lá
dentro é a Espanha a campeã).
Além disso, conseguem até mesmo desafiar a ordem vigente norte-americana, onde o consumo
-e a mera existência- de qualquer produto cubano (charutos inclusive) é totalmente perseguida
pelas autoridades, assim como viagens a Cuba são dificultadas ao
máximo. O que não impediu que
astros de Hollywood como Matt
Dylon estivessem presentes no
jantar realizado ano passado.
Aliás, como sempre, este ano está
sendo esperada a presença de Arnold Schwarzenegger no evento,
especialmente na ceia. E, também
como sempre quando acontece
qualquer coisa de importante em
Cuba, todos dizem que é quase certa a presença de Fidel Castro. O
que quase sempre não acontece.
As inscrições para o Habanos'99
vão até o dia 30, segundo a agência
Galazio, que está organizando
um pacote para levar brasileiros saindo de
São Paulo e do
Rio.
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