Vocalista diz que ainda se sente no underground

MÁRVIO DOS ANJOS
DA REPORTAGEM LOCAL

Já virou anual a peregrinação do Deep Purple rumo ao Brasil.
Mais uma vez, o que sobrou da formação clássica da banda (basicamente o vocalista Ian Gillan, o baterista Ian Paice e o baixista Roger Glover) vem ao país para saudar os fãs do seu hard rock setentista, que lançou as bases para o surgimento de bandas como o Iron Maiden.
Após passarem sexta-feira pelo Rio e hoje por Curitiba, eles estarão amanhã no Credicard Hall, em São Paulo. "Está mais fácil viajar, e eu estou aproveitando", afirma o vocalista Ian Gillan à Folha.
"Estivemos na Rússia pela primeira vez e hoje estou em Monterrey, México. Mesmo assim, ainda me sinto fazendo música no underground. Dificilmente saímos nos jornais em nosso país."
Ele explica que, recentemente, o Deep Purple fez um show na Wembley Arena, uma das mais prestigiadas casas de show da capital britânica. Saindo do show, na mesma noite, foi a um pub com um amigo, que o apresentou a um conhecido. A pergunta do recém-apresentado a Gillan não podia ser mais irônica: "Vocês ainda estão tocando?".
Sim, continuam, com Steve Morse na guitarra e Don Airey nos teclados (que substituem, na formação mais clássica da banda, a Ritchie Blackmore e Jon Lord, respectivamente).
"É o nosso período de maior estabilidade como banda", afirma Gillan, seguro do que diz. "Você sabe, nem eu nem Glover éramos da formação original, então nem ligamos muito."