São Paulo, segunda, 23 de fevereiro de 1998 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice JOYCE PASCOWITCH
Acarajé Há dois anos sem vir ao Brasil, Kely Cristina, filha de Pelé, nem esquentou assento em São Paulo. Mal aterrissou na sexta-feira de manhã, já seguiu para Salvador, onde saiu no Olodum. Sem abadá -a mortalha- e sem medo de ser feliz, se misturou entre tambores e a multidão. Saiu sexta-feira no trio da Tropicália, sábado cantou no Araketu e foi saudar a saída do Ilê Ayiê, no bairro da Liberdade, mesmo programa, aliás, de Luiza Buarque de Holanda -filha menor de Chico Buarque e Marieta Severo-, de Moreno Veloso, do músico Arto Lindsay e do cineasta Julio Bressane. Ele sai sempre com mamãe Paula Lavigne e papai Caetano Veloso, mesmo que seja à noite. E deixa clara sua opinião: o Carnaval do Rio não está com nada. Batizada desde já de Rádio Tricolor. De Zélia Gattai e Jorge Amado a Zezé Di Camargo e Luciano, passando por Carolina Magalhães, neta de Antonio Carlos -e filha de Luís Eduardo- Magalhães, Kely Cristina Nascimento, Serginho Groisman e mãe Cleusa do Gantois -a mais discreta e a mais reverenciada dos convidados do camarote. Corcovado Trinta e quatro anos depois de Brigitte Bardot arrombar a festa, o baile black tie do Copacabana Palace mostrou que ainda tem fôlego de clássico, sim. Pilotado por Ana Maria Tornaghi e bem mais concorrido que na versão 97, a festa juntou no glamouroso Golden Room -o salão nobre do hotel, transformado em big floresta amazônica pelo artista plástico Zeka Marquez- uma platéia eclética e animadona Muitos globettes, millionettes, empresários, turistas acidentais, figurettes do high society, emergentes e subemergentes em geral reviveram os bons tempos do Carnaval bem-comportado do Rio, com fantasias em profusão. Enquanto a ex-patroa Vera Fischer armou retiro estratégico na clínica, o moço baixou no pedaço livre, leve e solto, virando alvo preferido das marocas em movimento. Nem ele acreditava. Toda de rosa-shocking, a moça -até que discreta- chegou acompanhada por oito belos "armários", vestidos de índio, que arrancaram suspiros pelo salão. O grande embaço mesmo do Carnaval tem sido desembarcar no Galeão. Conseguir pegar as bagagens -por conta das confusões na esteira- demora tanto quanto o trajeto Rio-São Paulo. E-mail: joyce@uol.com.br Com colaboração de SIMONE GALIB Texto Anterior | Próximo Texto | Índice |
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