São Paulo, quinta-feira, 23 de março de 2000


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9º FESTIVAL DE TEATRO DE CURITIBA
NOVA DRAMATURGIA
Elyse Dodgson, do teatro londrino, encontra autores e diretores brasileiros
Royal Court quer criar parcerias

do enviado especial a Curitiba

Em suas nove edições, o Festival de Teatro de Curitiba jamais deu atenção à dramaturgia, quanto mais à nova dramaturgia. É o que diz o próprio diretor geral da mostra, Victor Aronis.
Elyse Dodgson, responsável pelas relações internacionais do maior teatro voltado à nova dramaturgia na Europa, o Royal Court de Londres, comparece este ano ao festival e começa a preencher a lacuna (leia texto ao lado).
Ela fecha em Curitiba uma viagem de dez dias pelo Brasil, depois de encontros com autores, diretores e companhias de São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Porto Alegre.
Diz que encontrou em toda parte um "desejo intenso" de promover nova dramaturgia e que identificou pessoas com quem trabalhar nas várias cidades. "Devem ser feitas muitas parcerias", afirmou, exaltando a diversidade que viu, mas sem poder adiantar mais sobre os planos do Royal Court no país.
Seu propósito maior na viagem, diz Dodgson, foi iniciar uma relação de longo prazo, como aquelas já existentes com o teatro de países como Rússia e França.
Entre outros, a representante do Royal Court visitou o CPT (Centro de Pesquisa Teatral do Sesc), de Antunes Filho, o Teatro da Vertigem, de Antônio Araújo, e o renovado TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), todos com projetos artísticos que priorizam uma nova dramaturgia no Brasil.
Gabriel Villela, que acaba de ser indicado diretor artístico do TBC, diz que o espetáculo que estréia depois de amanhã no festival de Curitiba, "Replay", primeira peça do jovem autor gaúcho Max Miller, já é parte do esforço de dar maior atenção à nova dramaturgia.
O encenador, que visitou o Royal Court no ano passado, quer para o TBC um modelo próximo ao do teatro londrino, que guarda semelhanças até arquitetônicas com o histórico teatro paulista.

Projetos internacionais
O Royal Court, erguido em 1870, é voltado desde 1956 ao estímulo de nova dramaturgia. Nos anos 90, foi descrito pelo jornal "The New York Times" como "o mais importante teatro da Europa".
Entre outros, nas últimas quatro décadas, começaram nele os autores britânicos John Osborne, David Hare e Caryl Churchill. Mais recentemente, Martin McDonagh, de "The Beauty Queen of Leenane", e Mark Ravenhill, de "Shopping and Fucking".
A visita de Dodgson ao Brasil é parte de um trabalho que já levou o Royal Court a estabelecer parceria com teatros como o Schaubuhne, na Alemanha, e a Sala Beckett, na Espanha -além de criar projetos específicos de estímulo à dramaturgia em Uganda e na Palestina. (NS)


Saiba mais sobre o Festival de Teatro de Curitiba na Internet, em www.uol.com.br/fol


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