|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
9º FESTIVAL DE TEATRO DE CURITIBA
NOVA DRAMATURGIA
Elyse Dodgson, do teatro londrino, encontra autores e diretores brasileiros
Royal Court quer criar parcerias
do enviado especial a Curitiba
Em suas nove edições, o Festival
de Teatro de Curitiba jamais deu
atenção à dramaturgia, quanto
mais à nova dramaturgia. É o que
diz o próprio diretor geral da
mostra, Victor Aronis.
Elyse Dodgson, responsável pelas relações internacionais do
maior teatro voltado à nova dramaturgia na Europa, o Royal
Court de Londres, comparece este
ano ao festival e começa a preencher a lacuna (leia texto ao lado).
Ela fecha em Curitiba uma viagem de dez dias pelo Brasil, depois de encontros com autores,
diretores e companhias de São
Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Salvador e Porto Alegre.
Diz que encontrou em toda parte um "desejo intenso" de promover nova dramaturgia e que identificou pessoas com quem trabalhar nas várias cidades. "Devem
ser feitas muitas parcerias", afirmou, exaltando a diversidade que
viu, mas sem poder adiantar mais
sobre os planos do Royal Court
no país.
Seu propósito maior na viagem,
diz Dodgson, foi iniciar uma relação de longo prazo, como aquelas
já existentes com o teatro de países como Rússia e França.
Entre outros, a representante do
Royal Court visitou o CPT (Centro de Pesquisa Teatral do Sesc),
de Antunes Filho, o Teatro da
Vertigem, de Antônio Araújo, e o
renovado TBC (Teatro Brasileiro
de Comédia), todos com projetos
artísticos que priorizam uma nova dramaturgia no Brasil.
Gabriel Villela, que acaba de ser
indicado diretor artístico do TBC,
diz que o espetáculo que estréia
depois de amanhã no festival de
Curitiba, "Replay", primeira peça
do jovem autor gaúcho Max Miller, já é parte do esforço de dar
maior atenção à nova dramaturgia.
O encenador, que visitou o Royal Court no ano passado, quer
para o TBC um modelo próximo
ao do teatro londrino, que guarda
semelhanças até arquitetônicas
com o histórico teatro paulista.
Projetos internacionais
O Royal Court, erguido em
1870, é voltado desde 1956 ao estímulo de nova dramaturgia. Nos
anos 90, foi descrito pelo jornal
"The New York Times" como "o
mais importante teatro da Europa".
Entre outros, nas últimas quatro décadas, começaram nele os
autores britânicos John Osborne,
David Hare e Caryl Churchill.
Mais recentemente, Martin
McDonagh, de "The Beauty
Queen of Leenane", e Mark Ravenhill, de "Shopping and Fucking".
A visita de Dodgson ao Brasil é
parte de um trabalho que já levou
o Royal Court a estabelecer parceria com teatros como o Schaubuhne, na Alemanha, e a Sala Beckett, na Espanha -além de criar
projetos específicos de estímulo à
dramaturgia em Uganda e na Palestina.
(NS)
Saiba mais sobre o Festival de Teatro de Curitiba na Internet, em www.uol.com.br/fol
Texto Anterior: Internet: Grupo Abril lança primeira "web radio" interativa brasileira Próximo Texto: Novo teatro brasileiro é discutido hoje Índice
|