São Paulo, sexta-feira, 23 de março de 2001

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ABRIL PRO ROCK

Está confirmada a vinda da Blues Explosion, do americano Jon Spencer, que tem blues apenas no nome

Vem aí a Jon Spencer "Rock" Explosion

LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma das figuras mais importantes do rock alternativo americano desde que o rótulo nasceu para devolver dignidade às guitarras, o intrépido Jon Spencer está de malas prontas para vir ao Brasil.
A despeito da boataria indie de que sua escalação no festival Abril pro Rock poderia não se tornar realidade, o mentor da sensacional Blues Explosion não só garante a presença no evento (na "matriz" Recife e na "filial" São Paulo) como já acertou mais três concertos no país (Maringá, Rio e Belo Horizonte).
Spencer, na estrada desde os anos 80, tem longos serviços prestados ao som underground.
Entre outras coisas, liderou a tosca banda punk Pussy Galore, no final dos 80.
Distorceu o blues ao montar a Jon Spencer Blues Explosion, nos 90 grunge, e troca colaborações com o fino do rock indie tanto nos EUA quanto na Inglaterra.
E ainda fundou o ótimo Boss Hog com a mulher, a lindíssima Christina Martinez, que pode vir a tiracolo com Spencer na turnê da Blues Explosion pelo Brasil, que começa dia 22 de abril em Recife, passa por Belo Horizonte (26), Maringá (27) e termina em SP (28).
De Nova York, Spencer falou à Folha, por telefone.

Folha - Já que você está dando esta entrevista, sua banda vem mesmo ao Brasil, para tocar no Abril pro Rock e em São Paulo, não? Falou-se por aqui que o show da Blues Explosion não estava confirmado.
Jon Spencer -
Eu espero ir. Não estou sabendo de nada. Inclusive já acertamos mais dois shows além de Recife e São Paulo. Serão em Maringá e no Rio de Janeiro. E há uma possibilidade de um quinto, mas o lugar e a data não estão acertados (Estão. Belo Horizonte, dia 26.).

Folha - Você frequenta a cena alternativa americana há 16 anos, desde o Pussy Galore, e nunca veio ao Brasil. Alguma expectativa de tocar aqui?
Spencer -
Andei pensando sobre isso. Não tenho a mínima idéia do público que posso encontrar aí. Ouço aqui e ali que a platéia de rock do Brasil é bem receptiva, mas não me imagino em um palco brasileiro. Mas essa expectativa me excita bastante.

Folha - Você já foi convidado para tocar no Brasil, seja com a Blues Explosion ou mesmo com o Boss Hog? De tempos em tempos surgem comentários dizendo que você estaria para vir, o que nunca aconteceu.
Spencer -
Já. Tínhamos uma tour brasileira da Blues Explosion acertada em 1999, mas tivemos que cancelar por problemas particulares.
E já houve uma outra conversa para tocarmos aí, mas essa não foi em frente.

Folha - Vocês continuam não utilizando um baixista na banda ou de repente vão trazer um ao Brasil?
Spencer -
Não. A Blues Explosion nunca terá um baixista enquanto existir.

Folha - Mas do seu theremin (espécie de ancestral do sintetizador, aparelho em que o som é obtido sem que seja tocado com as mãos) você não abre mão...
Spencer -
O theremin faz parte da formação da banda. A Blues Explosion é um quarteto: Jon Spencer, Bauer, Simins e Theremin.

Folha - Pergunta óbvia. Você diz que nunca foi um blueseiro. Que o seu negócio é rock. Por que o nome Jon Spencer Blues Explosion?
Spencer -
O nome não soa perfeito? Quando o escolhi, achei que era o melhor nome para uma banda de rock. Embora com blues no meio. Sei lá. A escolha foi sonora.

Folha - E o novo álbum? Você não lança material inédito desde "Acme", de 1998...
Spencer -
Vai sair. Mas nem começamos a gravar.
Temos muitas canções prontas, mas só vamos começar a decidir o que vai entrar depois da turnê no Brasil, quando voltarmos para Nova York.

Folha - A Blues Explosion vai tocar música nova nos shows do Brasil?
Spencer -
Vamos. Essa é a idéia.

Folha - E seus muitos projetos paralelos? Algum em andamento?
Spencer -
Não, nada. Tudo parado. Agora é hora da Jon Spencer Blues Explosion.

Folha - E o Boss Hog, alguma novidade?
Spencer -
Nada por hora.

Folha - Falando em Boss Hog, você ainda é casado com a Christina Martinez (cantora do grupo)? Chegaram a dizer na Internet que você estava namorando outra Christina, a Aguilera...
Spencer -
Não, é bobagem. De onde veio isso? Eu e a Christina, a Martinez, estamos muito bem casados.

Folha - E a Christina vem com você ao Brasil?
Spencer -
Pode ser que sim. Estamos conversando sobre essa possibilidade.


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