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ABRIL PRO ROCK
Está confirmada a vinda da Blues Explosion, do americano Jon Spencer, que tem blues apenas no nome
Vem aí a Jon Spencer "Rock" Explosion
LÚCIO RIBEIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Uma das figuras mais importantes do rock alternativo americano desde que o rótulo nasceu
para devolver dignidade às guitarras, o intrépido Jon Spencer está de malas prontas para vir ao
Brasil.
A despeito da boataria indie de
que sua escalação no festival Abril
pro Rock poderia não se tornar
realidade, o mentor da sensacional Blues Explosion não só garante a presença no evento (na "matriz" Recife e na "filial" São Paulo)
como já acertou mais três concertos no país (Maringá, Rio e Belo
Horizonte).
Spencer, na estrada desde os
anos 80, tem longos serviços prestados ao som underground.
Entre outras coisas, liderou a
tosca banda punk Pussy Galore,
no final dos 80.
Distorceu o blues ao montar a
Jon Spencer Blues Explosion, nos
90 grunge, e troca colaborações
com o fino do rock indie tanto
nos EUA quanto na Inglaterra.
E ainda fundou o ótimo Boss
Hog com a mulher, a lindíssima
Christina Martinez, que pode vir a
tiracolo com Spencer na turnê da
Blues Explosion pelo Brasil, que
começa dia 22 de abril em Recife,
passa por Belo Horizonte (26),
Maringá (27) e termina em SP
(28).
De Nova York, Spencer falou à
Folha, por telefone.
Folha - Já que você está dando esta entrevista, sua banda vem mesmo ao Brasil, para tocar no Abril
pro Rock e em São Paulo, não? Falou-se por aqui que o show da Blues
Explosion não estava confirmado.
Jon Spencer - Eu espero ir. Não
estou sabendo de nada. Inclusive
já acertamos mais dois shows
além de Recife e São Paulo. Serão
em Maringá e no Rio de Janeiro. E
há uma possibilidade de um
quinto, mas o lugar e a data não
estão acertados (Estão. Belo Horizonte, dia 26.).
Folha - Você frequenta a cena alternativa americana há 16 anos,
desde o Pussy Galore, e nunca veio
ao Brasil. Alguma expectativa de
tocar aqui?
Spencer - Andei pensando sobre
isso. Não tenho a mínima idéia do
público que posso encontrar aí.
Ouço aqui e ali que a platéia de
rock do Brasil é bem receptiva,
mas não me imagino em um palco brasileiro. Mas essa expectativa
me excita bastante.
Folha - Você já foi convidado para
tocar no Brasil, seja com a Blues Explosion ou mesmo com o Boss Hog?
De tempos em tempos surgem comentários dizendo que você estaria para vir, o que nunca aconteceu.
Spencer - Já. Tínhamos uma
tour brasileira da Blues Explosion
acertada em 1999, mas tivemos
que cancelar por problemas particulares.
E já houve uma outra conversa
para tocarmos aí, mas essa não foi
em frente.
Folha - Vocês continuam não utilizando um baixista na banda ou de
repente vão trazer um ao Brasil?
Spencer - Não. A Blues Explosion nunca terá um baixista enquanto existir.
Folha - Mas do seu theremin (espécie de ancestral do sintetizador,
aparelho em que o som é obtido
sem que seja tocado com as mãos)
você não abre mão...
Spencer - O theremin faz parte
da formação da banda. A Blues
Explosion é um quarteto: Jon
Spencer, Bauer, Simins e Theremin.
Folha - Pergunta óbvia. Você diz
que nunca foi um blueseiro. Que o
seu negócio é rock. Por que o nome
Jon Spencer Blues Explosion?
Spencer - O nome não soa perfeito? Quando o escolhi, achei que
era o melhor nome para uma
banda de rock. Embora com
blues no meio. Sei lá. A escolha foi
sonora.
Folha - E o novo álbum? Você não
lança material inédito desde "Acme", de 1998...
Spencer - Vai sair. Mas nem começamos a gravar.
Temos muitas canções prontas,
mas só vamos começar a decidir o
que vai entrar depois da turnê no
Brasil, quando voltarmos para
Nova York.
Folha - A Blues Explosion vai tocar música nova nos shows do Brasil?
Spencer - Vamos. Essa é a idéia.
Folha - E seus muitos projetos paralelos? Algum em andamento?
Spencer - Não, nada. Tudo parado. Agora é hora da Jon Spencer
Blues Explosion.
Folha - E o Boss Hog, alguma novidade?
Spencer - Nada por hora.
Folha - Falando em Boss Hog, você ainda é casado com a Christina
Martinez (cantora do grupo)? Chegaram a dizer na Internet que você
estava namorando outra Christina,
a Aguilera...
Spencer - Não, é bobagem. De
onde veio isso? Eu e a Christina, a
Martinez, estamos muito bem casados.
Folha - E a Christina vem com você ao Brasil?
Spencer - Pode ser que sim. Estamos conversando sobre essa possibilidade.
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