DE NOVA YORK

Sua mãe já foi indicada para dois Oscar (levou um, em 1970). Seu padrasto concorreu a um Globo de Ouro. Ela mesmo, quando criança, brincava de Barbie e seu namorado dourado, uma certa estatueta que a família mantinha sobre a lareira da sala.
É por isso -mas não só por isso- que Kate Hudson, filha de Goldie Hawn, enteada de Kurt Russell, é a favorita entre as indicadas ao Oscar de melhor atriz coadjuvante na entrega deste domingo, por seu papel em "Quase Famosos", de Cameron Crowe, que estréia hoje no Brasil.
"Se minha mãe fosse qualquer uma, você não estaria me perguntando sobre ela", responde Kate, brava, ao repórter da Folha, no lançamento do filme nos EUA. Mas sua mãe não é qualquer uma. "Mesmo assim. Já estou cansada de falar sobre ela." Mas é muito nova para estar cansada de algo.
Aliás, quantos anos tem? "Faço 22 em abril." Parece menos. Aí, ela resolve se abrir. "Sabe que, quando eu brincava com o Oscar, não achava muita graça porque ele já vinha pelado e não dava para tirar as roupinhas?", conta.
Kate Hudson é a groupie Penny Lane no filme de Cameron Crowe, baseada na verdadeira Pennie Lane. Fez teste para o papel (menor) de irmã do personagem alter ego do diretor, mas acabou ganhando o principal na raça. "Quando ela riu, sabia que irmã seria pouco", disse Crowe.
Ela concorre com as veteranas Judi Dench ("Chocolate") e Julie Walters ("Billy Elliot") e as injustiçadas Marcia Gay Harden ("Pollock") e Frances McDormand, a mãe de "Quase Famosos", ambas com melhor atuação que a dela, mas com menos "hype" na mídia e entre os votantes.
A revista "Vanity Fair" publicou um perfil de Kate em que um de seus irmãos diz que, com jeitinho, ela consegue tudo o que quer. Inclusive o Oscar? "Isso é gracinha de jornalista. Meu irmão falou de outro jeito." Ela está irritada de novo. "Mas realmente vou atrás do que quero." (SD)


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