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RIDLEY SCOTT
Diretor de "Gladiador" diz evitar fazer previsões
CLAUDIO CASTILHO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Apesar de hoje ter Ang Lee com
o épico "O Tigre e o Dragão" em
seu caminho rumo ao Oscar de
melhor diretor, Ridley Scott não
pensava em prêmios quando recebeu pela primeira vez a imprensa, no ano passado, para falar sobre "Gladiador".
"Não gosto de prever nada. Já tive muitas decepções", afirmou o
diretor, que se diz sempre pragmático quando finaliza um filme.
"Uma das razões que me faz feliz,
independentemente do que acontecer com o filme, é que pessoalmente estou satisfeito", disse o cineasta.
Segundo ele, a idéia de fazer
"Gladiador" surgiu de um quadro
que lhe deram de presente. "Foi
uma reação visceral", lembrou.
"Foi quando o filme surgiu inteiro
na minha cabeça. Como se uma
chama tivesse sido acesa antes
mesmo de eu ler o roteiro. Você
sempre tem que encontrar seu
sentimento, sua paixão, e lá, no
quadro, eu encontrei isso tudo".
Para Scott, uma das maiores dificuldades neste seu trabalho foi
fazer os tigres contracenarem
com os atores.
"Alguém surgiu com a idéia de
usarmos tigres, o que foi ótimo.
Eles são animais incríveis, mas
não obedecem muito bem quando dirigidos. Nunca faziam o que
exatamente esperávamos deles. A
idéia era filmarmos com eles durante seis dias, que acabaram se
transformando em 12. Eram cenas perigosas. Tivemos momentos realmente assustadores."
Ao comentar sobre a violência
no filme, Scott defendeu-se afirmando que sua intenção era retratar com realismo a época. "Tive sempre que filmar pelo menos
duas pessoas em ação: a que executa um golpe e a outra que é golpeada. Não há como fugir disso.
Quando entrei na sala de edição,
estava decidido a não incluir violência gratuita. Não queria chocar
a platéia ao ponto de desviar sua
atenção da narrativa. Mas tive que
usar ângulos e técnicas especiais
para mostrar as coisas mais de
perto, inclusive o sangue, para
que parecessem de uma forma
mais agressiva e real", admitiu.
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