São Paulo, sexta-feira, 23 de março de 2001

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RIDLEY SCOTT

Diretor de "Gladiador" diz evitar fazer previsões

CLAUDIO CASTILHO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Apesar de hoje ter Ang Lee com o épico "O Tigre e o Dragão" em seu caminho rumo ao Oscar de melhor diretor, Ridley Scott não pensava em prêmios quando recebeu pela primeira vez a imprensa, no ano passado, para falar sobre "Gladiador".
"Não gosto de prever nada. Já tive muitas decepções", afirmou o diretor, que se diz sempre pragmático quando finaliza um filme. "Uma das razões que me faz feliz, independentemente do que acontecer com o filme, é que pessoalmente estou satisfeito", disse o cineasta.
Segundo ele, a idéia de fazer "Gladiador" surgiu de um quadro que lhe deram de presente. "Foi uma reação visceral", lembrou. "Foi quando o filme surgiu inteiro na minha cabeça. Como se uma chama tivesse sido acesa antes mesmo de eu ler o roteiro. Você sempre tem que encontrar seu sentimento, sua paixão, e lá, no quadro, eu encontrei isso tudo".
Para Scott, uma das maiores dificuldades neste seu trabalho foi fazer os tigres contracenarem com os atores.
"Alguém surgiu com a idéia de usarmos tigres, o que foi ótimo. Eles são animais incríveis, mas não obedecem muito bem quando dirigidos. Nunca faziam o que exatamente esperávamos deles. A idéia era filmarmos com eles durante seis dias, que acabaram se transformando em 12. Eram cenas perigosas. Tivemos momentos realmente assustadores."
Ao comentar sobre a violência no filme, Scott defendeu-se afirmando que sua intenção era retratar com realismo a época. "Tive sempre que filmar pelo menos duas pessoas em ação: a que executa um golpe e a outra que é golpeada. Não há como fugir disso. Quando entrei na sala de edição, estava decidido a não incluir violência gratuita. Não queria chocar a platéia ao ponto de desviar sua atenção da narrativa. Mas tive que usar ângulos e técnicas especiais para mostrar as coisas mais de perto, inclusive o sangue, para que parecessem de uma forma mais agressiva e real", admitiu.


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