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MNBA usa "truques" para reter visitante
da Sucursal do Rio
Uma sala destinada às crianças e
uma mostra paralela de artistas
brasileiros foram incluídas na exposição de Dalí como estratégia
para "segurar" o visitante no
MNBA (Museu Nacional de Belas
Artes) pelo maior tempo possível.
Na sala infantil, a língua de uma
enorme caricatura do rosto de Dalí servirá de escorregador para as
crianças, que passarão também
por um túnel e uma floresta de
borboletas.
Os relógios que derretem, imagem clássica do quadro "A Persistência da Memória", ausente da
exposição, darão forma a um colchão de plástico sobre o qual as
crianças poderão pular.
Na entrada, o visitante poderá
ver um filme de três minutos sobre
a vida de Dalí. Passará depois por
um túnel iluminado e decorado
com fotos do artista.
"A idéia é dar um ar surrealista a
todo o museu", diz o designer Luiz
Sergio Bittencourt. Para a fachada
do museu, Bittencourt planejou
um painel fotográfico gigante do
rosto de Dalí.
Os organizadores esperam superar o público da exposição Monet
no Rio, de aproximadamente 400
mil pessoas.
A exposição tem um custo total
avaliado em US$ 4 milhões. Só os
produtores internacionais, coordenados por Ernesto Texo, investiram US$ 1 milhão.
"É novidade que o investidor faça um investimento prévio tão
grande, mas achamos que o Brasil
tem um potencial enorme para o
mercado de arte. Esperamos obter
um bom retorno de bilheteria e de
produtos com a marca Dalí", afirma Texo.
A renda de bilheteria e venda de
produtos será dividida entre os
produtores internacionais (70%) e
o MNBA (30%). Estarão à venda
cartões, camisetas, cartazes e um
CD-ROM com a obra de Dalí.
Para a mostra paralela, intitulada "Universo Fantástico", foram
selecionados artistas que abordaram em suas obras o inconsciente,
a fantasia e os sonhos. O destaque
é um manto criado pelo artista
plástico Arthur Bispo do Rosário,
que viveu e morreu num hospital
psiquiátrico no Rio.
"Sempre tentamos fazer uma ligação entre as grandes exposições
e a arte brasileira. Como não temos artistas surrealistas, optamos
por exibir peças de artistas que
trabalharam com o inconsciente",
afirma Heloísa Lustosa, diretora
do MNBA.
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