São Paulo, terça, 23 de março de 1999
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Prêmio a Kazan divide platéia

da enviada a Los Angeles


Na noite que premiou "Shakespeare Apaixonado", a questão que pairava sobre a platéia estrelada do Dorothy Chandler Pavilion era "aplaudir ou não aplaudir".
A polêmica gerada em torno do Oscar honorário para Elia Kazan dividiu opiniões e criou farpas numa comunidade que apenas a ingenuidade forçada de Roberto Benigni considera generosa. Kazan denunciou como comunistas vários colegas durante o macarthismo dos anos 50.
O veterano diretor subiu ao palco para receber das mãos de Martin Scorsese e Robert De Niro a estatueta que honra sua obra, que inclui filmes como "Sindicato de Ladrões" e "Clamor do Sexo". Nervoso e breve, ele afirmou que poderia agora "dormir em paz".
Na platéia, Meryl Streep, Kurt Russell, Lynn Redgrave e Warren Beatty se levantaram e aplaudiram. Nick Nolte e Ed Harris ficaram de braços cruzados. "Sou membro da Academia nem sei há quantos anos", lembrou Kazan. "São pessoas maravilhosas de trabalhar junto."
A procissão de limusines que levou os convidados para a cerimônia teve que passar por dois protestos. O grupo "Não clareie a lista negra" é contra o Oscar para o diretor. "Uma vergonha americana", dizia um cartaz.
Do outro lado da rua, o ultradireitista "Comitê Ad-Hoc para Dar Nome aos Fatos" apoiava o prêmio. Os cartazes traziam frases como "Os comunistas devem se desculpar - não Kazan". (AG)


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