|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Prêmio a Kazan divide platéia
da enviada a Los Angeles
Na noite que premiou "Shakespeare Apaixonado", a questão que
pairava sobre a platéia estrelada do
Dorothy Chandler Pavilion era
"aplaudir ou não aplaudir".
A polêmica gerada em torno do
Oscar honorário para Elia Kazan
dividiu opiniões e criou farpas numa comunidade que apenas a ingenuidade forçada de Roberto Benigni considera generosa. Kazan
denunciou como comunistas vários colegas durante o macarthismo dos anos 50.
O veterano diretor subiu ao palco para receber das mãos de Martin Scorsese e Robert De Niro a estatueta que honra sua obra, que inclui filmes como "Sindicato de Ladrões" e "Clamor do Sexo". Nervoso e breve, ele afirmou que poderia
agora "dormir em paz".
Na platéia, Meryl Streep, Kurt
Russell, Lynn Redgrave e Warren
Beatty se levantaram e aplaudiram. Nick Nolte e Ed Harris ficaram de braços cruzados. "Sou
membro da Academia nem sei há
quantos anos", lembrou Kazan.
"São pessoas maravilhosas de trabalhar junto."
A procissão de limusines que levou os convidados para a cerimônia teve que passar por dois protestos. O grupo "Não clareie a lista
negra" é contra o Oscar para o diretor. "Uma vergonha americana",
dizia um cartaz.
Do outro lado da rua, o ultradireitista "Comitê Ad-Hoc para Dar
Nome aos Fatos" apoiava o prêmio. Os cartazes traziam frases como "Os comunistas devem se desculpar - não Kazan".
(AG)
Texto Anterior: Situação é injusta, diz Paltrow Próximo Texto: Coburn luta contra artrite Índice
|