São Paulo, terça, 23 de março de 1999
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Brasil tem doutores no teatro

ERIKA SALLUM
da Reportagem Local

Em um dia de 1990, o verdadeiro Patch Adams deu uma palestra nos Estados Unidos. Na platéia, um ator brasileiro se encantou com o médico que, por meio do riso e da alegria, lutava contra as doenças.
De volta ao Brasil, em 1991, o paulistano Wellington Nogueira, 38, fundou os Doutores da Alegria, uma organização sem fins lucrativos formada por 25 atores que, em dez hospitais de São Paulo, Campinas e Rio, transformam o dia-a-dia de pacientes-mirins em sorrisos.
A partir da crença de que o humor é essencial para superar traumas e reencontrar a alegria, os Doutores visitam regularmente os hospitais, promovendo desde "transplante de nariz vermelho" até a "transfusão de milk-shake".
"Para nós, um filme como esse sobre o Patch Adams é importantíssimo, pois chama atenção para aquilo que fazemos. Se até Hollywood já fez sua parte, agora o que você fará?", afirma Nogueira -ou, como é conhecido por seus amigos nos hospitais, Dr. Zinho.
O ator conta que enviou um fax para Patch Adams, informando que o filme iria estrear no Brasil e parabenizando seu trabalho. Dias depois, Nogueira recebeu livros do médico autografados e uma carta escrita à mão por ele.
"Na carta, ele disse que nós, clowns, precisamos nos unir no mundo. E que, se organizarmos um evento aqui no país, ele participará com prazer."
O trabalho dos Doutores da Alegria é tema do livro "Soluções de Palhaços", de Morgana Masetti, lançado no ano passado pela editora Palas Athena.
Com o objetivo de mostrar às pessoas o que acontece quando um grupo como esse passa a trabalhar em hospitais, o livro é composto de histórias baseadas em fatos reais. Mais informações sobre os Doutores podem ser obtidas pelo telefone (011) 3061-5523.

Doutores na Internet: www.doutoresdaalegria.org.br


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